Angola e Brasil apostam na formação de quadros em saúde

Assinatura de acordo entre o Ministérios da Saúde de Angola e do Brasil FOTO: PEDRO PARENTE

Assinatura de acordo entre o Ministérios da Saúde de Angola e do Brasil
FOTO: PEDRO PARENTE

18 Novembro de 2019 | 14h51 – Actualizado em 18 Novembro de 2019 | 17h04

O Ministério da Saúde (MINSA) quer firmar acordos na área de formação especializada em vários domínios, por existir lacuna neste quesito, afirmou, nesta segunda-feira, em Luanda, a ministra da Saúde, Sílvia Lutucuta.

A governante falava por altura da assinatura dos projectos de cooperação técnica em prevenção e controle do cancro e atenção integral às pessoas com anemia falciforme entre Angola e o Brasil.

Segundo a governante, o país tem grandes desafios e está a dar passos significativos na formação pré-graduada e média de saúde, mas há lacunas importantes na especialização.

“Por isso gostaríamos de aproveitar e cimentar a nossa cooperação no domínio da formação de quadros especializados e em outras áreas estratégicas como controlo das grandes endemias”, ressaltou.

Salientou que a tuberculose é um grande desafio em Angola e a Malária, bem como outras doenças similares as do Brasil como a Dengue e alguns casos de Zika.

Realçou o grande desafio em  cortar a transmissão do VIH/Sida de mãe para filho, sabendo que o Brasil está muito avançado nesta área, pois conseguiram reduzir a zero esta transmissão em várias cidades, com destaque para São Paulo, referindo que com esta experiência Angola poderá ter ganhos nesta luta.

Assinaram o acordo pela parte angolana a ministra Sílvia Lutucuta e pelo Brasil o seu ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandeta, que na ocasião disse que o sistema de saúde brasileiro está à disposição de Angola para o fortalecimento das cooperações.

O ministro brasileiro da saúde vai estar no país por 24 horas e vai efectuar várias actividades com destaque para a inauguração do primeiro Banco de Leite Humano na Maternidade Lucrécia Paim.

O acordo ora assinado vai apoiar os pacientes com Cancro e os de Anemia Falciforme, duas enfermidades que afectam milhares de pessoas.

Segundo a médica pediatra Brígida dos Santos, a Anemia Falciforme já é um problema de saúde pública porque os números são elevados, salientando que de Janeiro a presente data já foram diagnosticados mil e oito casos novos no Hospital Pediátrico “David Bernardino”.

Salientou que a doença surge quando os pais são portadores da doença ou têm traços da doença, gerando filhos com Anemia Falciforme que é uma doença hereditária (passa dos pais para os filhos), caracterizada pela alteração dos glóbulos vermelhos do sangue, tornando-os parecidos com uma foice.

Quando ao cancro, também conhecido como neoplasia maligna, é um grupo de doenças que envolvem o crescimento celular anormal, com potencial para invadir e espalhar-se para outras partes do corpo, além do local original.

 Angola, de acordo com os dados disponíveis da OMS, regista cerca de 1.327 casos ano. Deste número de casos, segundo dados do Instituto Angolano de Controlo do Cancro (IACC), revela o cancro da mama como sendo a neoplasia mais frequente naquela unidade sanitária em ambos sexos.

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