Angola dinamiza reformas

Ministro dos Recursos Minerais e Petróleo, Diamantino de Azevedo, desempenhou uma firme defesa da reforma à organização de produtores africanos  Fotografia: Dombele Bernardo | Edições Novembro

Ministro dos Recursos Minerais e Petróleo, Diamantino de Azevedo, desempenhou uma firme defesa da reforma à organização de produtores africanos
Fotografia: Dombele Bernardo | Edições Novembro

A reforma efectiva da Organização dos Países Africanos Produtores de Petróleo (APPO) vai ocorrer a partir do próximo ano, anunciou, na sexta-feira, em Luanda, o ministro dos Recursos Minerais e Petróleo.

Diamantino de Azevedo, que falava em conferência de imprensa realizada no final da Reunião Extraordinária do Conselho de Ministros dos Países Africanos Produtores de Petróleo realizada em Luanda, disse que a organização aprovou um período de transição para a reforma da instituição e um plano de acção referente à gestão do fundo afecto às contribuições dos países-membros.
O processo de transição, que começa no próximo mês de Abril e termina um ano depois, será conduzido pela Nigéria, o maior produtor africano de crude.
Na conferência de imprensa, o ministro do Petróleo  da Nigéria, Emmanuel Ibe Kahikwu, declarou que a reforma vai tornar a organização mais dinâmica e capaz de desenvolver um trabalho semelhante a organizações como a OPEP, que tem prestado um trabalho de destaque.
A OPEP, disse o ministro nigeriano, tem sido uma organização que trabalha de forma intensa na defesa dos interesses dos produtores, nomeadamente, na disponibilização de dados estatísticos, solução dos problemas e na criação de estratégias que visam ajudar os países-membros na regulação de preços.
“Temos de deixar de ser associação, para nos tornarmos numa organização com todo o rigor”, acrescentou Emmanuel Ibe Kahikwu referindo-se à APPO.
O secretário executivo da organização dos Países Africanos Produtores de Petróleo, Mahaman Laouan Gaya, lembrou que, desde  Março de 2014, a organização se envolveu  num processo de reestruturação baseado numa reforma institucional, depois de 30 anos de existência.
A reforma é um projecto incluído no oitavo programa de acção de Países Africanos Produtores de Petróleo, que  foi adoptado pelo 29º Conselho de Ministros da organização, em 2012. No entanto, acrescentou Mahaman Laouan Gaya, só  em 2014 se decidiu implementar o estudo sobre o assunto. Os  encontros actuais constituem a fase final desta reforma.

Gestão de fundo

Relativamente ao plano referente ao fundo, a Organização dos Países Africanos Produtores de Petróleo pretende uma gestão mais eficiente, pelo que ficou acordado por todos os membros a contratação de uma empresa de consultoria financeira para prestar serviços de assessoria.
Tal empresa tem  a responsabilidade de propor ideias que facilitam o cumprimento dos objectivos para os que o fundo foi criado.
Com o seu potencial e um melhor quadro de cooperação e integração, a África pode se tornar num dos mais importantes parceiros das organizações petrolíferas e ser considerada como tal a nível mundial, defendeu o ministro do Petróleo da República Democrática do  Congo, Ngoi-Mukena Lusa Diese, acrescentando que o continente deve ter mais ambições e ser mais unido.

Ngoi-Mukena Lusa Diese apelou os jovens a abandonarem a noção de que o continente africano é pobre. A África, acrescentou, atravessa dificuldades e os Estados estão a trabalhar para melhorar a situação, em grande medida, investindo os lucros obtidos no sector petrolífero em projectos agrícolas, pescas, educação e outros sectores.
O ministro do Petróleo da Guiné Equatorial, Gabriel Mbaga Lima, anunciou que, nos próximos anos, a África será mais rica em recursos petrolíferos, com a descoberta de mais pontos de exploração em diversos países, incluindo Moçambique.
A Organização dos Países Africanos Produtores de Petróleo foi instituída em 1987 e conta com 18 países membros, depois de Angola, a África do Sul, Argélia, Benin, Camarões, Congo, RD do Congo, Costa do Marfim, Egipto, Gabão, Guiné Equatorial, Líbia, Nigéria e Chade, que representam 12 por cento da produção mundial de petróleo.

País mantém segundo  lugar na produção de petróleo em África

A produção petrolífera angolana voltou a aumentar em Dezembro, em cerca de 44.800 barris diários, mas distanciando-se da nigeriana, que fechou 2017 no topo dos produtores africanos, indicam dados da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (OPEP).
O último relatório mensal da Organização, divulgado na quinta-feira, declara que Angola atingiu em Dezembro uma produção diária média de 1,633 milhões de barris de crude, com dados baseados em fontes secundárias.
Com este registo em volume produzido, Angola continua abaixo da Nigéria, país que viu a sua produção aumentar no mês de Dezembro em 75.700 barris diários, para uma média de 1,861 milhões de barris por dia, de acordo com os mesmos dados da OPEP. Na sexta-feira, o ministro dos Recursos Minerais e Petróleo, Diamantino de Azevedo,  reafirmou na abertura do Conselho de Ministros da APPO, realizado sexta-feira, que a Sonangol vai manter, até Dezembro, a produção de 1,6 milhões de barris de petróleo por dia, em respeito pelas quotas impostas pela OPEP para elevar o preço do petróleo no mercado internacional. Nesse sentido, o país corta a sua produção em 85 mil barris por dia.
Explicando a posição do Governo angolano em relação aos preços, Diamantino de Azevedo afirmou que as autoridades não consideram a questão do preço do petróleo “de uma forma diária”, mas pelas médias.
“A nossa preocupação  principal é a estabilidade de preços, não as diárias, que são próprias da volatilidade das matérias-primas minerais, incluindo o petróleo”, disse o ministro.

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