Angola denuncia tráfico de marfim

Fotografia: Mota Ambrósio
O ministro da Defesa Nacional denunciou ontem em Luanda o surgimento de tráfico de marfim na fronteira comum entre Angola, Zâmbia e Namíbia e propôs a concertação e controlo conjunto para conter os crimes transfronteiriços.
João Lourenço falou na abertura da 28ª reunião da Comissão Mista Permanente de Defesa e Segurança entre Angola e Zâmbia e pediu concertação constante para conter todo o tipo de tráfico de armas, drogas, seres humanos e negócios transfronteiriços ilegais.
As partes identificaram alguns problemas que ainda surgem ao longo da fronteira que precisam de ser resolvidos e o ministro apontou como solução o diálogo permanente entre os dois países.
“É nosso desejo continuar a cooperar com a Zâmbia, tendo como premissas o diálogo e o entendimento para que possamos combater com êxito todo o tipo de crimes transfronteiriços e todas as formas de ameaça à soberania dos países\”, disse.
Os dois países assumiram ontem o compromisso de aplicar medidas conjuntas para combater o crime organizado, tendo defendido a troca de experiência. O compromisso assumido pelos ministros da Defesa de Angola e do Interior da Zâmbia estabelece acções para estreitar a cooperação na área da defesa e segurança.
“A soberania dos Estados exerce-se e defende-se através do diálogo e da concertação política e participação activa dos interessados no processo de tomada de decisões\”, disse o ministro, adiantando que problemas de defesa e segurança, protecção ambiental, combate às doenças endémicas e sexualmente transmissíveis requerem consensos e soluções concretas, porque causam sérios problemas à segurança e ao desenvolvimento dos países.
O ministro do Interior da Zâmbia, Ngosia Simbyakula, sugeriu uma reflexão profunda sobre os desafios comuns para não impedir a convivência pacífica entre os países. Ngosa Simbyakula pediu atenção à imigração ilegal, tráfico de drogas e outros crimes transfronteiriços. A concertação de ideias entre os três países na área de defesa e segurança é também importante para garantir o sucesso do projecto turístico Okavango-Zambeze, segundo o ministro João Lourenço. O projecto, destinado ao desenvolvimento turístico da região, tem uma vertente social destinada a melhorar as condições de vida da população, com a redução da pobreza e criação de postos de trabalho.
Ambiente de paz
João Lourenço falou ainda do esforço do país para a paz na região e afirmou que Angola presta particular atenção à situação política na República Democrática do Congo, República Centro Africana e no Sudão do Sul.
O país vai continuar a lutar para o completo restabelecimento do quadro de paz e segurança das regiões em que está inserido, em particular nos Grandes Lagos. Garantiu ainda que Angola, em colaboração com a União Africana e as Nações Unidas, envida esforços para que o diálogo interno nos países em conflito seja fundamental para a criação de um quadro ideal e abra os caminhos da paz e do progresso.