Angola apresenta proposta
Angola apresenta no próximo mês ao Conselho Económico e Social das Nações Unidas a proposta para integrar a lista de Países de Rendimento Médio, revelou ontem em Luanda o ministro das Relações Exteriores, Georges Chikoti.
O ministro, que falou na abertura do seminário sobre o processo de graduação de Angola à categoria de País Menos Avançado, lembrou que em 2012 aquele organismo das Nações Unidas considerou o país elegível para sair da categoria de País Menos Avançado.
Georges Chikoti lembrou que Angola foi integrada em 1994 na lista dos Países Menos Avançados, mas, com a paz alcançada em 2002, criou condições para garantir a estabilidade política, construção do Estado de Direito Democrático e promover um intenso processo de reconstrução nacional, criando as bases para o seu desenvolvimento.
O chefe da diplomacia angolana destacou o desempenho económico e o dinâmico crescimento como factores determinantes para colocar o país como destino seguro de investimento e de cooperação. Georges Chikoti reconheceu os desafios que o Executivo tem de enfrentar para contrapor a vulnerabilidade da economia, que está ainda muito dependente do petróleo enquanto principal produto de exportação.
O ministro Georges Chikoti apontou a diversificação da economia, o aumento da produção nacional como caminhos a seguir para promover a economia do país. Para o Executivo, a diversificação da economia e o aumento da produção nacional são a base para a criação da sustentabilidade económica para a melhoria do índice de desenvolvimento humano.
Apoio garantido
Pierre Encontre, da Divisão para África, Países Menos Avançados e Programas Especiais do Conselho Económico e Social das Nações Unidas (CNUCED) indicou que em Julho deste ano realiza-se a reunião do Conselho Económico e Social das Nações Unidas, que vai submeter a recomendação feita pelo comité à Assembleia Geral das Nações Unidas, a ter lugar em 20 de Dezembro.
O representante residente do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD) em Angola, Leo Heileman, referiu que para atingir a graduação ao estatuto de País de Renda Média é preciso promover o crescimento e a diversificação da economia, reduzir as desigualdades e melhorar a prestação de serviços.
Para Leo Heileman, a concretização da “Visão Angola 2005” exige respostas integradas entre os parceiros locais, nacionais e internacionais. A graduação de Angola coloca desafios na coordenação institucional, definição de prioridades e gestão de dados que requerem uma estreita articulação entre os parceiros para a capacitação e retenção de sinergias.
O representante do PNUD garantiu que aquele organismo continua a fornecer de forma coerente e sustentável apoio político e técnico em várias áreas. No seu percurso à graduação Angola fez progressos significativos, disse Leo Heileman, que saudou o empenho do Executivo em converter os ganhos do crescimento económico em projectos de desenvolvimento.
O PNUD, em colaboração com a Organização Internacional do Trabalho, Banco Africano de Desenvolvimento, Banco Mundial e todo o sistema das Nações Unidas, está a facilitar a elaboração de um relatório de desenvolvimento humano nacional sobre a graduação do país.
O Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento, disse, tem agido como mediador e facilitador da ligação entre os grandes investidores e pequenos produtores, capacitando-os com competências para que as pessoas possam encontrar oportunidades em sectores não-extractivos, como o Turismo e Agricultura.
Leo Heileman reconheceu que os padrões de vida dos angolanos melhoraram notavelmente nas áreas sociais, educação, saúde, habitação, acesso à água e aos serviços básicos. mas ainda existem desafios.
Mais de metade dos países do Mundo pertencem à categoria de renda média. O grupo representa mais de 70 por cento da população mundial e 26 por cento do Produto Interno Bruto (PIB) mundial.