Angola aposta na exportação de diamantes lapidados

Fotografia: DR

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A fábrica de lapidação de diamantes “Angola Polishing Diamonds” vai exportar uma parte dos seus diamantes lapidados, enquanto a outra serve para a fabricação de jóias, anunciou o presidente do conselho de administração da Endiama, António Carlos Sumbula.

Em declarações à imprensa na reabertura da fábrica de lapidação, Carlos Sumbula explicou que ao vender diamantes lapidados há um valor acrescentado em relação aos diamantes brutos e vender jóias com diamantes  lapidados, há um valor acrescentado em relação aos diamantes lapidados.
Segundo Carlos Sumbula, a fábrica vai produzir jóias com parceiros internacionais, que não especificou, uma vez que fazer jóias é diferente da lapidação. A fábrica vai passar a formar quadros nacionais para a produção de jóias.
“Numa primeira fase, a fabricação de jóias é feita no exterior e depois pouco a pouco é feita no país”, disse. O sector vai iniciar um processo de construção de mais fábricas de lapidação, fazer parcerias internacionais e nacionais para se fazer cada vez mais jóias para o mercado nacional e internacional. Em relação à comercialização das jóias, Carlos Sumbula informou que existe o interesse de algumas empresas francesas comercializarem as jóias angolanas em Mónaco e Cannes, pelo que, disse, “já temos orientações do  Executivo para o efeito”. Sobre a possibilidade dos preços dos diamantes poderem sofrer alterações, referiu: “nós achamos que numa  primeira fase devíamos aumentar a nossa capacidade de produção de jóias para aproveitar este intervalo de tempo em que se espera um aumento da procura dos diamantes”, sublinhou.
Alguns técnicos da fábrica, contactados pela Angop, mostraram-se optimistas com a reabertura, que vai contribuir para o aumento das  receitas fiscais do Estado. Referiram igualmente que a reabertura da fábrica constitui uma mais-valia para o país, na medida em que vai ajudar a contribuir para o desenvolvimento da economia nacional e diminuir a pobreza, sobretudo na áreas de exploração mineira.
Zilda Pereira, há dez anos na fábrica, espera que haja melhorias no trabalho e que venha a trazer benefícios também para os trabalhadores. A reabertura é imortante, uma vez que os diamantes lapidados são três vezes mais caros que os diamantes brutos. Domingos José e Pedro Vigário esperam produzir mais e contribuir para a abertura de mais fábricas para criar mais postos de trabalho. Paralisada desde 2008 devido à crise dos preços dos diamantes, a fábrica de lapidação de diamantes “Angola Polishing Diamonds” reabriu segunda-feira, em Luanda , com o objectivo de aumentar os seus níveis de rentabilidade e eficiência.
Com capacidade de produção de cinco mil quilates de diamantes por mês, a unidade fabril teve um investimento de sete milhões de dólares (mais de 700 milhões de kwanzas) que permitiu a sua reestruturação completa.
Completamente modernizada com maquinaria e tecnologias de ponta e acompanhada de um programa intensivo de formação de quadros nacionais, o empreendimento prevê o incremento da capacidade de processamento para 20 mil quilates/mês.
A fábrica, que conta com uma joalharia, vai agora lapidar 100 por cento de uma pedra contra 40 por cento anteriores. Com 168 trabalhadores, 150 dos quais angolanos, a fábrica prevê para o futuro o aumento deste número para 400 efectivos. Para o ministro da Geologia e Minas, Francisco Queiroz, que procedeu à inauguração do empreendimento, a reabertura da fábrica concretiza uma visão defendida a longo tempo pelo Titular do Poder Executivo, quanto à forma que se deve adoptar para exploração dos recursos naturais.
“É um grande avanço. É uma fonte importante de receitas num momento em que se assiste a uma dificuldade momentânea de escassez de receitas fiscais: “Este acontecimento aparece com grande significado”, sublinhou Francisco Queiroz.
Com uma produção de oito milhões de quilates, Angola é o terceiro maior produtor de diamantes de África em quantidade e em valor, apenas ultrapassado pelo Botsuana, o maior produtor mundial com 38 milhões de quilates, e pela República Democrática do Congo, com 30 milhões de quilates.

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