Angola afasta envio de tropas ao terreno

Fotografia: Rogério Tuti

Fotografia: Rogério Tuti

O ministro da Defesa Nacional afirmou no Soyo que apesar de Angola assumir a presidência da Conferência Internacional da Região dos Grandes Lagos, declinou o envio de tropas para no terreno apoiar o Exército da República Democrática do Congo a desarmar os rebeldes das Forças Democráticas para a Libertação do Ruanda (FDRL).

“Nunca esteve previsto Angola avançar com tropas no conflito da RDC. Uma coisa é ter a presidência da Conferência Internacional da  Região dos Grandes Lagos, outra coisa é que países que integram a brigada junto da MONUSCO (Missão das Nações Unidas de Estabilização na República Democrática do Congo) devam intervir  no conflito da RDC”, disse João Lourenço.
Os países que compõem a brigada são a África do Sul, Tanzânia e Malawi. “É essa brigada que tem a responsabilidade, juntamente com as Forças Armadas da República Democrática do Congo, de passar à acção militar contra as FDLR e não Angola, como outros círculos vaticinam”, afirmou o ministro João Lourenço.
Para o titular da pasta da Defesa, o papel de Angola no conflito dos Grandes Lagos é mais de carácter político do que propriamente militar. “Nunca esteve posto em cima da mesa a possibilidade de Angola intervir no conflito dos Grandes Lagos a favor do governo congolês com tropas”, sublinhou o ministro da Defesa. A acção militar no processo conflituoso na RDC, disse o ministro, deve exclusivamente ser cumprida pela Missão das Nações Unidas no Congo Democrático, através da MONUSCO, que tem uma brigada.

Visita de trabalho

De visita ao Soyo, João Lourenço fez uma avaliação positiva do nível de organização que as FAA apresentam na região. “Estamos em visita de trabalho ao Soyo, pela importância que essa localidade tem no sistema de defesa do país e a importância que reveste, do ponto de vista económico. É importante ainda, sobretudo, do ponto de vista estratégico, dada a sua localização, o que justifica a nossa presença.”
O país vive um momento crucial, do ponto de vista económico e financeiro, devido à brusca queda do preço do petróleo que afecta, de uma forma geral, países grandes e pequenos, ricos e pobres, e sobretudo aqueles que são produtores como Angola. “Vamos trabalhar no sentido de melhorar e aumentar a nossa capacidade defensiva na medida do possível”, referiu.
O importante é cortar naquilo que é supérfluo, na redução daquelas despesas não indispensáveis, para manter bem alta a capacidade de defesa da integridade nacional, disse João Lourenço. Naquilo que é essencial  e que condiciona a segurança nacional, acrescentou, o Ministério da Defesa vai saber gerir os recursos que o Estado põe à sua disposição,  para não comprometer a segurança nacional. “Cada tostão que pouparmos nas despesas vai, com certeza, contribuir para a manutenção do alto nível de prontidão das nossa tropas e do alto nível da capacidade defensiva que as nossas tropas terrestres, marítimas ou aéreas devem ter no sentido de poderem exercer o papel que lhes compete”, disse.
João Lourenço falou também da necessidade de manter a vigilância  nas fronteiras marítimas, aéreas e terrestres para a contínua preservação da soberania nacional. “Não obstante termos aqui uma brigada de infantaria e motorizada, marinheiros e fuzileiros navais, oficiais, sargentos e soldados aqui presentes, a localidade, em princípio, deve ser protegida e defendida para o bem da população”, frisou.
O ministro garantiu, em nome do Executivo, tudo fazer para equipar as unidades militares da região norte com meios mais poderosos e eficazes para que os militares possam cumprir cabalmente a missão de defender as fronteiras  de Angola. “Deu para avaliar a capacidade de defesa da região norte. Não está tudo bem, mas estamos empenhados na sua melhoria”, acrescentou o ministro.
João Lourenço visitou a Unidade da Região Norte, a Ilha do Zola, do 1º batalhão dos fuzileiros navais e o projecto Angola LNG, onde foi informado sobre o funcionamento da fábrica de gás liquefeito.

FacebookTwitterGoogle+