Ajuda de Angola chega à ilha do Fogo

Fotografia: Kindala Manuel

Fotografia: Kindala Manuel

O navio Rio Mbridge, com a segunda parte da ajuda de Angola para a reconstrução da ilha do Fogo, na sequência da erupção vulcânica, chegou na sexta-feira ao Porto de Vale dos Cavaleiros, na cidade de São Filipe.

O navio deixou mais de três dezenas de contentores com materiais de construção como cimento, ferragens, madeiras, portas e janelas já confeccionadas, géneros alimentícios, produtos de higiene, vestuário e calçado.
Os produtos foram no sábado encaminhados para a Casa das Bandeiras, onde funciona o armazém central que coordena os donativos e ajudas.
Este é o segundo navio enviado por Angola a Cabo Verde na sequência da erupção vulcânica na ilha do Fogo, depois de um primeiro barco ter chegado a meio do mês de Dezembro com 120 toneladas de produtos alimentares e materiais diversos.
Angola respondeu prontamente  no princípio de Dezembro ao apelo das autoridades cabo-verdianas na sequência da erupção do vulcão na Ilha do Fogo, disponibilizando uma ajuda de 700 milhões de kwanzas.
O  Executivo  disponibilizou ainda dois aviões do tipo NA 72 e DASH-8, para apoiar o povo de Cabo Verde, que vive uma situação de emergência humanitária. A erupção vulcânica na ilha do Fogo, que não provocou vítimas, já consumiu duas localidades de Chã das Caldeiras (Portela e Bangaeira), destruiu mais de 30 por cento dos 700 hectares de terra cultivável e arrasou por completo casas, escolas, jardins, igrejas, a cooperativa de vinho, infra-estruturas desportivas, estradas, hotéis e pensões.
Os prejuízos provocados pela erupção vulcânica estão avaliados em mais de 50 milhões de dólares.
A população de Chã das Caldeiras, planalto que serve de base aos vários cones vulcânicos no Fogo, continua a deslocar-se diariamente para os terrenos agrícolas que não foram consumidos pela lava, estando a recolher feijão e outros produtos e a cuidar dos animais. Os 1.500 habitantes das duas povoações foram retirados de Chã das Caldeiras e grande parte está instalada em três centros de acolhimento no norte e sul da ilha do Fogo.
Os sinais vulcânicos têm aumentado nos últimos dias, informou um especialista, indicando que são de intensidade inferior aos registados no início da erupção.
Em declarações à Inforpress, João Fonseca, especialista na área de vulcanologia, informou que, paralelamente aos sinais com baixa intensidade, tem-se registado a emissão de gases e alguma erupção sem emissão significativa de lavas.
“Os sinais até podem corresponder à fase final da erupção”, previu o professor do Instituto Superior Técnico de Lisboa, que desde 1992 acompanha o vulcão do Fogo, referindo que “não se pode excluir também uma reviravolta na erupção e o aumento de intensidade”.
Por isso, João Fonseca sublinhou que é necessário as pessoas estarem atentas e vigilantes, dada a imprevisibilidade do vulcão.

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