Ajuda chegou ao Cunene
O ministro da Assistência e Reinserção Social, João Baptista Kussumua, orientou as autoridades do Cunene para a distribuição urgente à população afectada pela secadas 50 mil toneladas de bens alimentares e medicamentos que já chegaram à província.
João Baptista Kussumua reuniu-se quinta-feira em Ondjiva com a Comissão Nacional Interministerial de Apoio às Populações afectadas pela Seca e pediu urgência na entrega dos bens destinados a atenuar os efeitos da seca, sobretudo nas zonas rurais e particularmente nos municípios do Curoca e da Cahama.
O ministro sublinhou que a prioridade deve ser dada às crianças, pessoas com deficiência, mulheres grávidas e idosos.Entre os bens enviados pelo Governo constam 13 mil toneladas de arroz, 15 mil de farinha de milho, cinco mil de feijão, quatro de óleo alimentar, 12 mil toneladas de sal ionizado e duas mil toneladas de sabão. Gradualmente a província vai receber outros bens que ajudam a reduzir a carência da população afectada pela estiagem.
João Baptista Kussumua reafirmou o apoio contínuo do Executivo ao Cunene de maneira a não faltar o essencial para a sobrevivência dos cidadãos afectados por este fenómeno natural e anunciou a abertura de novos furos de água nas zonas mais afectadas, bem como a introdução de novas culturas agrícolas como a mandioca. O Governo Provincial do Cunene estima que 755.678 pessoas estão afectadas pela seca. Na deslocação ao Cunene, João Baptista Kussumua fez-se acompanhar do ministro Saúde, José Van-Dúnem, da Agricultura e Desenvolvimento Rural, Pedro Canga, da Administração do Território, Bornito de Sousa, e dos secretários de Estado para a Energia, Joaquim Ventura, e do Interior, Eugénio Laborinho. O ministro afirmou que, devido a seca, a necessidade do apoio para o Cunene é “absolutamente indiscutível” e que todas as capacidades do Executivo estão dirigidas para aquela província com o objectivo de se dar soluções duradouras aos problemas da região. Com o objectivo de melhorar e ajudar os camponeses a aumentar a sua produção, as autoridades tradicionais da comuna de Ondjiva, província do Cunene, solicitaram ao Governo no sentido de apoiá-los urgentemente com sementes e tractores.
A comissão prevê que, com o início da época chuvosa, a situação pode ser minimizada, mas os resultados só devem ser alcançados em Junho próximo, por altura da colheita dos produtos do campo. Em declarações à Angop, a propósito do início da época chuvosa, a mais alta autoridade tradicional de Ondjiva, Venâncio Kaindume, frisou que os camponeses não dispõem de sementes suficientes e têm recorrido ao mercado informal para adquirir pequenas quantidades de massango, ao passo que na lavoura muitos deles trabalham com o auxílio da enxada, devido à debilidade física do gado de tracção.
Governador agradece
O governador da província do Cunene, António Didalelwa, agradeceu o empenho do Presidente da República, José Eduardo dos Santos, no apoio às vítimas da seca na província. António Didalelwa disse que, ao enviar uma delegação multissectorial para avaliar a situação no Cunene, o chefe do Executivo manifestou a sua preocupação com o quadro da seca que a província vive.
O governador provincial garantiu que os bens recebidos vão ser de imediato distribuídos à população, com realce para as zonas rurais.
O governador António Didalelwa sublinhou que, apesar da situação ser crítica, está mais animado porque é visível a preocupação do Governo em acudir à população para enfrentar a estiagem.
A província do Cunene é das que mais sofre com a seca que se faz sentir naquela região e está a obrigar a população a percorrer grandes distâncias à procura de água e comida. A seca é um fenómeno climático mundial que atinge também outros países da África Austral, como a Namíbia e a África do Sul.