“Agostinho Neto” começa registo oncológico da população
O hospital central do Lubango, “Dr. António Agostinho Neto”, lançou, sexta-feira (4), um projecto de registo oncológico casos novos de cancro, para melhor compreender “o comportamento da doença na província”.

Trata-se do “primeiro projecto de registo com base populacional no país” esperam que seja replicado, a nível nacional para tentar reduzir as mortes por cancro.
O recenseamento feito em parceria com o Instituto Angolano de Controlo de Cancro é financiado pela australiana Bloomberg Philantropies Data For Iniciative e pelo Departamento de Relações Exteriores e Comércio da Austrália, num montante de 69 mil dólares norte-americanos.
Daquele valor já foram disponibilizados, numa primeira fase, 31 mil dólares os restante será canalizado trimestralmente. Segundo a directora-geral da unidade hospitalar, a maior da região Centro-Sul do país, Maria Lina Antunes, é um projecto que fornece assistência técnica a muitos países, de forma a melhorar os sistemas de dados em saúde pública.
O objectivo, esclareceu, é fortalecer o sistema de registo nacional de casos de cancro, para melhorá-lo, bem como o sistema de estatística vitais, maximizando o uso de dados para uma melhor formulação de políticas de saúde pública.
Lina Antunes afirmou tratar-se de inovador, pela importância de que se reveste, pois é útil para a vigilância epidemiológica, acompanhamento de grupos ocupacionais específicos ou cortes de indivíduos expostos a agentes cancerígenos, assim como para a planificação de políticas e avaliação dos serviços de saúde.
Considerou que a acção vai permitir, dentro de um ano e meio, cadastrar casos de cancro mais frequentes em faixas etárias, género, município e o estado que chegam os doentes aos hospitais.
Para isso, informou, foram reunidos dados colhidos em quatro hospitais da Huíla, que atendem crianças e adultos com cancro, na Huíla.
Já a coordenadora do Projecto Oncológico, Eliana Azevedo, sublinhou que a execução compreende três fases, a começar com a recolha de dados, a segunda é do processamento de dados e a última de envio e apresentação de dados que permitirão traçar estratégias de prevenção para diminuir a taxa de mortalidade por cancro.
É uma acção que trará estatísticas que permitem analisar a magnitude e o comportamento da doença na província, por localização morfológica e topográfica que permitirão, posteriormente, justificar a construção de um centro de radioterapia e quimioterapia de índole regional, disse.
“Actualmente esses serviços só estão disponíveis em Luanda, o que dificulta o bom atendimento aos pacientes”, afirmou.
Por sua vez, o governador, Nuno Mahapi, que lançou o projecto, felicitou a iniciativa do hospital que estabelece como prioridade a implementação de uma base de dados que vai dar a conhecer a situação real das doenças oncológicas dessa parcela do país, em particular, e de Angola de uma forma geral.