África a uma só voz na ONU

Fotografia: Kindala Manuel

Fotografia: Kindala Manuel

Angola, Chade e Nigéria, países que representam África na ONU como membros não permanentes do Conselho de Segurança, estão empenhados em concertar de ideias e assumir posições unânimes que interessem a África, disse à Angop o ministro das Relações Exteriores.

Georges Chikoti, que fez a revelação no regresso da Argélia, onde participou num seminário com representantes dos outros países africanos eleitos membros não permanentes do Conselho de Segurança da ONU, salientou a importância do encontro por ter permitido a concertação de ideias sobre assuntos que vão defender no fórum mundial.
O ministro referiu que os três países, que passam a ser designados A3, vão trabalhar juntos na coordenação de posições de acordo com o Conselho de Paz e Segurança da União Africana (UA).
A estratégia, salientou, destina-se a evitar que os países africanos sejam sujeitos a pressões de outros Estados e a evitar a aprovação de resoluções sem o consentimento do grupo A3, nem do Conselho de Segurança da UA.

Na reunião da Argélia foram igualmente analisados os conflitos e o terrorismo em África e a propagação do ébola. O representante permanente de Angola junto da ONU, Ismael Gaspar Martins, e a secretária norte-americana de Estado Assistente para as organizações internacionais, Sheba Crocker, reúnem-se amanhã em Washington No encontro, realizado no âmbito do Diálogo de Parceria Estratégica entre Angola e os EUA, são tratadas questões que fazem parte da agenda do Conselho de Segurança das Nações Unidas no próximo ano, do qual Angola é membro não permanente para um período de dois anos a partir de 1 de Janeiro. O ministro das Relações Exteriores, Georges Chikoti, tem no dia seguinte encontro de trabalho, também em Washington, com o secretário norte-americano de Estado, John Kerry, igualmente no quadro do Diálogo de Parceria Estratégica.  O Ministério das Relações Exteriores anuncia que na reunião “também podem ser abordadas questões ligadas à segurança marítima, operações de manutenção da paz, comércio e energia”. Durante a sua estada de 24 horas a Washington, o ministro das Relações Exteriores tem encontros de trabalho com a secretária de Estado Assistente para os Assuntos Africanos, Linda Thomas Greenfield, e com o enviado especial dos Estados Unidos da América para a Região dos Grandes Lagos, Russell Feingold.

Angola foi eleita em Outubro pela segunda vez a membro não permanente do Conselho de Segurança das Nações Unidas. Na primeira tinha acabado de concluir o processo de paz. A entrada agora faz-se num contexto diferente no qual tem assumido uma posição de liderança regional baseada no crescimento económico que regista desde há década. O Conselho de Segurança é de particular importância para África, principalmente em relação à aprovação do envio de forças de pacificação para cenários de conflito, como sucede na República Centro Africana e do Sudão do Sul.  A propagação do vírus do Ébola, cujo foco inicial foi a África ocidental, é outro dos temas que mais preocupa a ONU.

Os cinco países, que assumem o lugar em Janeiro foram eleitos pelos respectivos grupos regionais: África, Ásia, América Latina e Europa Ocidental e resto do mundo. Os países eleitos em Outubro substituem a Argentina, Austrália, Luxemburgo, Coreia do Sul e Ruanda, cujo mandato termina a 31 de Dezembro. O Conselho de Segurança é um órgão  das Nações Unidas cujo mandato é zelar pela manutenção da paz e da segurança internacional. É o único órgão do sistema internacional capaz de adotar decisões obrigatórias para todos os Estados-membros da ONU, podendo inclusive autorizar intervenção militar para garantir a execução de suas resoluções. É conhecido também por autorizar o desdobramento de operações de manutenção da paz e missões políticas especiais. O Conselho de Segurança da ONU tem como membros permanentes Estados Unidos, França, Reino Unido, Rússia e China.

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