Acordo com Indonésia no domínio da energia
Angola e a Indonésia pretendem aumentar a cooperação no sector energético, na perspectiva de uma complementaridade económica, com vantagens recíprocas, declarou ontem, em Jacarta, o Vice-Presidente da República.
A ideia, segundo Manuel Vicente, é de juntos investirem em Angola, na Indonésia e noutras partes do mundo, onde haja interesse comum, nos domínios da exploração, produção e comercialização do crude, bem como na exploração e comercialização de derivados do petróleo.
O dirigente angolano falava à imprensa à margem de um almoço oferecido por um grupo de mídia daquele país sul-asiático, no quadro da visita de trabalho de quatro dias a convite do Chefe de Estado da Indonésia, Joko Widodo, dirigido ao Presidente José Eduardo dos Santos. Manuel Vicente disse que, no quadro da cooperação bilateral, as partes estudam também a possibilidade de Angola ajudar a cobrir o défice energético actual na Indonésia, que já foi exportador de petróleo.
Lembrou que as empresas petrolíferas de Angola, SONANGOL, e da Indonésia, PERTAMINA, rubricaram sexta-feira, em Jacarta, um acordo quadro de cooperação para a maximização dos resultados de exportação de petróleo e gás. Manuel Vicente acredita que as duas companhias vão fazer uma boa parceria na pesquisa, produção e comercialização do crude.
Disse esperar que as mesmas consigam criar capacidades técnicas para participar conjuntamente em licitações de exploração. Considerou que o maior desafio estará na captação de recursos financeiros para levar avante os grandes planos, bem como o recrutamento e treinamento de pessoal para fazer face aos desafios. “Precisamos ser mais competitivos na captação de recursos financeiros e humanos para implementar os projectos comuns”, salientou.
Questionado por uma jornalista indonésia se o acordo traria vantagens para o seu país, o Vice-Presidente respondeu que “a Indonésia está mais que preparada para abraçar estes desafios, para que os dois países sigam juntos para um futuro melhor”. Manuel Vicente referiu-se, a título de exemplo, a muitos países que não têm recursos petrolíferos, mas que investem no ramo petrolífero em outras partes do mundo. Manuel Vicente disse acreditar que os quase 250 milhões de habitantes indonésios constituem uma força de trabalho bastante dedicada e têm muitas boas universidades, que podem garantir quadros para os desafios vindouros. Disse esperar que dentro de três meses as duas companhias petrolíferas estabeleçam um calendário de actuação, para estimar, efectivamente, os prazos para a concretização do acordo.
O Vice-Presidente da República informou que Angola está já a investir noutros sectores não petrolíferos, inclusive no imobiliário, em associação com outros parceiros como a China, reportando aplicações financeiras calculadas em 2,5 mil milhões de dólares. A visita de Manuel Vicente teve início na sexta-feira, tendo já sido recebido pelo Chefe de Estado indonésio e mantido encontro com o Vice-Presidente deste país. Ambos dirigentes foram empossados no dia 20 de Outubro.
Felicitações
O Chefe de Estado, José Eduardo dos Santos, felicitou o seu homólogo indonésio, Joko Widodo, pela recente eleição e manifestou a disponibilidade do Governo de Angola de reforçar a cooperação nos mais variados sectores. As felicitações e disponibilidades angolanas foram transmitidas em mensagem verbal pelo Vice-Presidente da República, Manuel Vicente, numa audiência que lhe foi concedida pelo Presidente da Indonésia, em Jacarta, onde realiza uma visita de trabalho de quatro dias.
O Presidente José Eduardo dos Santos agradeceu o apoio da Indonésia para a eleição de Angola a membro não permanente do Conselho de Segurança da ONU para o biénio 2015/2016. As partes manifestaram o interesse da abertura de representações diplomáticas nos respectivos países, pelo reforço das excelentes relações, com perspectivas de melhorarem ainda mais.
Angola é o terceiro parceiro comercial africano deste país asiático, depois da Nigéria e da África do Sul.
O Vice-Presidente da República, que chegou sexta-feira a Jacarta, testemunhou a assinatura de um acordo quadro de cooperação para a maximização dos resultados da exportação de petróleo e gás, entre a empresa petrolífera de Angola, a SONANGOL, e da Indonésia, PERTAMINA.
O acordo abrange os sectores da energia e de serviços. A Indonésia produz cerca de 800 mil barris por dia, mas precisa de cinco vezes mais para atender às necessidades de consumo do país. O secretário de Estado das Relações Exteriores, Manuel Augusto, considera a Indonésia como um grande mercado e uma oportunidade de internacionalização da economia angolana.