Abriu auscultação às mulheres rurais

Fotografia: Francisco Lopes
O Vice-Presidente da República procedeu ontem, no município do Bailundo, no Huambo, ao lançamento oficial do Programa Nacional de Auscultação dos Problemas da Mulher Rural, que tem a finalidade de proceder ao levantamento dos problemas que mais afligem as comunidades residentes no campo.
Na cerimónia, que decorreu no Centro Cultural António Agostinho Neto, sob o lema \”O contributo da mulher rural no processo de desenvolvimento\”, Manuel Vicente destacou a importância do papel da mulher rural na organização social e económica das comunidades.
O Vice-Presidente considerou as mulheres como a maior força de trabalho agrícola, as gestoras dos lares e a base do modo de vida rural. Pediu, por isso, aos governos provinciais, ao Ministério da Família e Promoção da Mulher, às administrações municipais e comunais para apoiarem o programa de auscultação, para permitir ao Executivo obter informação com vista a diminuir gradualmente as dificuldades económicas e sociais das mulheres que residem no campo.
Manuel Vicente informou que, vencida a etapa de auscultação da mulher rural, o Executivo vai poder realizar, com sucesso, o Fórum Nacional de Auscultação à Mulher Rural e a consequente elaboração do Programa Nacional de Apoio à Mulher Rural.
O processo de auscultação, esclareceu o Vice-Presidente da República, vai estender-se a nível das comunas, municípios e províncias, culminando com a realização, em Julho próximo, do Fórum Nacional de Auscultação. Manuel Vicente considerou ser um dever de todo o angolano apoiar o Executivo a alterar, de modo positivo, a situação social das zonas que mais sofreram com a guerra.
\”Aqui, no Bailundo, podemos melhorar a vida dos cidadãos, trabalhando lado a lado, como equipa\”, referiu.
Durante a cerimónia intervieram três mulheres rurais de diferentes localidades da província do Huambo, que de uma maneira geral espelharam perante o Vice-Presidente os principais problemas com que se debatem as respectivas comunidades. Entre as dificuldades levantadas pelas mulheres, o destaque vai para a falta de habitações condignas, de água potável e energia eléctrica nas comunidades, sobretudo nas escolas.
A carência de utensílios agrícolas para aumentar a produção em quantidade e qualidade, falta de salas e professores para promover a alfabetização foram outras outras dificuldades apontadas. Todas as questões levantadas pelas mulheres rurais mereceram prontas respostas dos membros do Executivo presentes na sala, que de uma maneira geral anunciaram projectos para o município do Bailundo.
No cumprimento do programa de visita à província do Huambo, o Vice-Presidente da Republica procedeu à inauguração das novas oficinas estatais da Empresa de abastecimento de material de transporte (ABAMAT), no município da Caála, acto que incentiva o processo de industrialização na província.
No Bailundo, onde Manuel Vicente teve uma calorosa recepção por parte da população que o aguardava desde as primeiras horas da manhã, visitou um campo agrícola e entregou materiais e equipamentos agrícolas às associações de camponeses e vários utensílios domésticos às mulheres rurais.
Programa sugestivo
O governador do Huambo, Kundi Paihama, considerou \”bastante sugestivo\” o Programa de Auscultação e Discussão dos Problemas da Mulher Rural, tendo em conta o importante papel que a mulher rural exerce nos mais variados sectores da vida social.
Paihama, que discursava no acto de lançamento do Programa de Auscultação a Mulher Rural, disse que a mulher do campo constitui uma das grandes prioridades na agenda do Executivo, porquanto constitui a principal força de trabalho no sector agrário, que é a fonte primária de sustento das famílias nas comunidades rurais.
O governador Kundi Paihama convidou as mulheres a continuarem a prestar o seu contributo com ideias e actos concretos tendentes à execução dos objectivos estratégicos do Executivo.
A cerimónia juntou, para além de membros do Executivo e do governo local, autoridades tradicionais, representantes de organizações sociais e de camponeses, entidades eclesiásticas e mais de 150 mulheres oriundas de cinco comunas do Bailundo, em representação das mulheres angolanas.