Anfitriã Angola tenta repetir proeza de 2014
Quatro meses depois de ter conquistado o segundo título no palmarés mundial de Pesca Desportiva de Alto Mar, uma competição que teve lugar no Estado de Vitória do Espírito Santo (Brasil), em Novembro último, a anfitriã Angola tenta a partir de hoje (terça-feira) repetir a façanha de 2014.
Ao que tudo indica, este objectivo de voltar a subir ao posto mais alto do pódio não se adivinha fácil na medida em que a selecção nacional, às ordens de Fernando Duarte, terá pela frente adversários de peso, entre os quais o bicampeão mundial Senegal que procura resgatar o troféu que ergueu pela última vez em 2003, quando organizou o evento.
A lista de opositores com um indisfarçável desejo de “desforra” não se fica só por aí. A formação angolana deverá ainda ter em conta a bem referenciada Espanha, a campeã destronada em 2014 e, por isso, naturalmente determinada a mudar a má imagem deixada no Brasil.
O orgulho ferido dos brasileiros enquanto anfitriões da última edição e a crença dos senegaleses em subir do pódio pela terceira vez, após 12 anos, fazem com que o selecionador angolano e companhia tenham razões de sobra para redobrar a concentração.
Para tornar realidade o sonho do terceiro título consecutivo mundial, Fernando Duarte, que tem a seu favor o factor casa, contou nesta fase decisiva de preparação com a integração de todos os membros por si “eleitos” e distribuídos pelas embarcações A e B.
Os pescadores Carlos Louro (Team Release), Luís Van-Dúnem (Cabinda Gulf Pescadores), Marco Queiroz (Team Calulo), Rafael Brigham (Team Release) e António Garrocho (Dragões) integram a experiente e bem entrosada selecção “B”, que em Novembro de 2014 somou 11 pontos e conseguiu o segundo título mundial para Angola, deixando boas indicações para o futuro.
Na selecção A figuram João Tavira Lopes (Team Kuxica), Júlio Rocha (Team Kuxica), Kevin Jongschaap (Tudo Fish), Nuno Abohbot (Team Náutico) e Sérgio Santos (Team Dourado).
Independentemente dos obstáculos a enfrentar, como a ameaça de chuva que ainda continua, segundo os alertas emitidos pelos serviços de meteorologia, e que pode influir na captura de peixes no alto mar, é notável a unidade no combinado nacional, para honrar e dignificar a organização e acima de tudo a modalidade.
No palmarés de cada uma das equipas participantes, nota de realce para o Senegal, com dois títulos mundiais. O país da África Ocidental participa com os “pescadores” Cheikh Fall (capitão), David Wade, Thierry Bellassi, Issa Ndoye, Moussa Mrengue, Ousmane Fall e Ngoné Gieye.
Com apenas três segundos lugares surge a Itália, cuja equipa A integra Bonora Luca, Fabri Renato,Demi Tony, Coda Michele, ao passo que fazem parte do grupo B Madir Pepe,Luigi Romeo, Vito D’Ambrosio e Mandella Enzo.
Em relação à edição anterior, no Brasil, em três dias de prova foram pescados 162 exemplares, 83 marlins brancos, 72 dourados, cinco atuns e três wahoos. A maior produção foi obtida na última ronda, com a captura de 99 exemplares, 54 marlins, 44 dourados e um atum.
Na 24ª edição desta competição, Angola, como país organizador e detentora do título, tem para si viradas as atenções dos principais concorrentes, desde a primeira vez em 2008, na África do Sul, que entrou na história da galeria da maior prova de pesca desportiva ao corrico ao arrebatar o primeiro troféu mundial.
Este ano a cidade do Lobito, um dos 10 municípios da província de Benguela, é desde 28 de Março a capital mundial da competição de pesca desportiva, num total de 15 equipas em representação de nove países que disputarão até 4 de Abril, quando o campeonato termina.