Angola tem futuro brilhante
“Angola tem um futuro brilhante à sua frente, mas deve continuar a melhorar o ambiente de negócios com a realização de investimentos em infra-estruturas”, afirmou sexta-feira em Luanda o chefe da missão do Fundo Monetário Internacional (FMI), Ricardo Velloso, que esteve a trabalhar nos últimos dias no país.
Ricardo Velloso, que falava à imprensa no final da reunião de balanço da sua visita a Angola e dos encontros com os ministros das Finanças, da Economia, do Planeamento, do Comércio e responsáveis do Banco Nacional de Angola (BNA), disse que actualmente há menos recursos para as infra-estruturas, “daí a necessidade de o fazer de uma forma melhor”.O responsável do FMI disse ser fundamental terminar as obras que foram iniciadas, para que possam ter um impacto na redução dos custos para o Estado.
Quanto ao processo de diversificação da economia, Ricardo Velloso salientou ser importante apostar noutros sectores de actividade, mas sem perder de vista o sector petrolífero, por ser uma área geradora de receitas.Relativamente à situação económica actual do país, caracterizada pela revisão do Orçamento Geral do Estado, devido àdescida acentuada do preço do petróleo, Ricardo Velloso defendeu que todos os angolanos devem contribuir para o ajustamento fiscal que está a ser feito. “É muito importante que isso seja feito.
As nossas impressões são de que Angola vai passar por um ano difícil. O Governo tomou medidas importantes. É positivo, é duro, mas, devido à conjuntura de redução do preço do petróleo que vivemos, infelizmente são as medidas que são necessárias”, disse.
O chefe da missão do FMI considera que o Governo tomou a medida acertada ao propor um orçamento com o preço de referência de 40 dólares, um preço inferior ao existente no mercado, mas teve em conta as incertezas e volatilidade do preço do crude.
Relativamente ao subsídio aos combustíveis, o FMI diz que sempre entendeu ser esse um gasto muito elevado e com benefícios muito mal distribuídos, beneficiando as camadas mais ricas da população. “Aí o Governo já tem tomado medidas importantes, como o aumento do preço dos combustíveis”, mas o FMI pretende ainda“uma redução bastante forte de gastos”, disse.
Numa segunda etapa, acrescentou Ricardo Velloso, o Governo vai desenvolver programas de apoio social que vão ser financiados com alguns dos recursos libertados dos anteriores subsídios, o que, sublinhou, é “uma medida muito boa para o vosso país”.
A reunião de balanço da visita do FMI com as autoridades angolanas serviu para discutir tópicos e datas da vinda da próxima missão do Fundo Monetário a Angola.