Crescimento da economia acima da média
O Banco Mundial prevê um crescimento de cinco por cento para a economia angolana, até 2017, ligeiramente acima da média dos países da África subsaariana, e bem acima das expansões das economias de Cabo Verde (três por cento) e da Guiné-Bissau que deve registar crescimentos na casa dos dois por cento nos próximos três anos.
Os dados estão publicados no relatório semestral da instituição, intitulado “Perspectivas para a Economia Global”, que situa o crescimento da África subsaariana “em 4,5 por cento, no ano passado, contra os 4,2 por cento de 2013, lê-se no relatório elaborado pelos economistas do Banco Mundial, que atribuem o abrandamento da economia angolana ao declínio na produção petrolífera”.
O relatório do Banco Mundial afirma que o crescimento foi forte nalguns dos países de baixo rendimento, como Moçambique ou a Tanzânia.
As razões para o abrandamento na África subsaariana, segundo o relatório, prendem-se com a descida na procura mundial, os baixos preços das matérias-primas, o fraco investimento directo estrangeiro, a baixa confiança empresarial, as deficientes capacidades, principalmente em termos de infra-estruturas”. Ainda é preciso acrescentar a epidemia do Ébola e a abrupta descida no preço do petróleo.
O crescimento da África subsaariana, uma das regiões do mundo com o indicador mais acelerado, está alicerçado “no investimento em infra-estruturas, aumento da produção agrícola e na expansão do sector dos serviços”, num contexto em que “os preços das matérias-primas e os fluxos de capital do estrangeiro fornecem menos apoio ao crescimento, com a procura e a actividade económica nos mercados emergentes a continuarem em abrandamento”.
Perigos
Esta redução do crescimento, particularmente na China, é apontada como um dos maiores perigos para o crescimento da região, dada a importância da economia chinesa como parceira de muitos países africanos, particularmente no caso dos que têm vastos recursos naturais, como é o caso de Angola, que exporta metade do seu petróleo para a China, que compra a Angola 15 por cento do total de petróleo consumido no país.
A Guiné Equatorial é o único país da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP) em recessão nos próximos três anos, segundo as previsões do BM, nas quais se destaca também o crescimento de Moçambique, sempre acima de oito por cento até 2017. O mais recente membro da CPLP passa a ter um crescimento negativo do PIB de 8,1 por cento este ano, melhorando ligeiramente nos dois anos seguintes, para 7,3 e 6,4 por cento, sendo o único deste grupo a registar uma recessão nos próximos três anos.
Os dados da Guiné Equatorial contrastam com os restantes países lusófonos, que apresentam taxas de crescimento positivo em todo o período, com amplo destaque para Moçambique, que depois de ter crescido 7,2 por cento em 2014, deve acelerar para um pouco mais de oito por cento até 2017.