Ministro português visita
O ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros de Portugal, Rui Machete, visitou em Luanda a exposição de pintura “Divergente”, da pintora Fineza Teta, que esteve patente desde 16 de Dezembro do ano passado, no Instituto Camões.
A visita do governante português à exposição foi guiada e, segundo a adida cultural da Embaixada de Portugal em Angola, Teresa Mateus, serviu para mostrar como o espaço do Centro Cultural Português tem servido para o cruzamento da cultura angolana e portuguesa.
A cerimónia de encerramento da exposição foi organizada para coincidir com a visita de Rui Machete, assim como a exibição do filme “Tabú”, do realizador português Miguel Gomes, no auditório Pepetela.
O facto de ter sido a exposição de uma pintora, que depois de 20 anos de trabalho foi galardoada com o grande Prémio ENSA de Pintura, sendo a primeira mulher a conquistar esse prémio, a visita do ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros de Portugal reveste-se de muito simbolismo na óptica da adida cultural.
Fineza Teta afirmou ter motivos suficientes para considerar de “muito positiva a transição do ano, principalmente o início deste ano, mas não deixou de apelar aos empresários angolanos no sentido de apoiarem mais os artistas. “Divergente”, referiu, resume as diferentes etapas por que passou ao longo de mais de 20 anos de trabalho quer no país como na África do Sul, onde terminou a sua formação em Comunicação Visual Plástica, no “Open Window Arte Academy”. Embora seja uma exposição maioritariamente de pintura, reuniu obras com técnicas e dimensões diferentes: acrílico sobre tela, aguarela, técnicas mistas (acrílico e colagem), fotografias e instalação, cuja mensagem incide sobre a vivência da própria pintora.
“Para cucas”, “Renovação do Kwanza”, “Solidão”, “Inquietações culturais”, “Sagrada Esperança”, “Mingota com lenço de samacaca” e “Zungueira olha a laranja” são alguns dos quadros apresentados em “Divergente”, e que espelham “as minhas andanças, dentro e fora do país, cultivando o que há de melhor para crescer”, argumentou Fineza Teta.
Filme “Tabu”
A exibição da longa-metragem “Tabu”, de Miguel Gomes, lotou o auditório Pepetela do Centro Cultural Português.
Premiado em 2012, na 62ª edição do Festival Internacional de Berlim, “Tabu” retrata o ambiente colonial num território indeterminado em África, em torno da história colonial portuguesa, em que o protagonista revela as suas angústias como símbolo de fim da vida.
No decurso da narrativa, o protagonista imagina coisas que vão desaparecendo, entre a sua juventude e velhice, incluindo excessos e culpas, no tempo colonial e no tempo pós-colonial.
Comentado por vários jornais a nível do mundo, o “New York Times” considerou de “arrebatamento colectivo”, o “Le Monde” destacou como “ingénuo e engenhoso, desesperadamente trágico e energicamente cómico”, enquanto “Les Inrockuptibles” considerou-o como “o filme mais belo do Festival, um filme pleno de profundidade e beleza, êxtase, sempre o êxtase, tema profundo do ‘Tabu’”.