Educação e Saúde melhoram em Angola

Fotografia: Paulo Mulaza
Angola melhorou a segurança nacional, o acesso à educação e saúde e o funcionamento da administração pública, refere o Índice Ibrahim de Governação Africana.
O mesmo índice mostra que a governação dos países africanos melhora a um ritmo mais lento do que em anos anteriores e que os avanços económicos têm contribuído menos para o desenvolvimento do continente.
O Índice Ibrahim avalia 52 países africanos sobre segurança, corrupção, estabilidade económica, leis justas, eleições livres, direitos humanos, infra-estrutura, pobreza, saúde e educação.
As Ilhas Maurícias mantiveram a liderança, seguidas por Cabo Verde, Botsuana, África do Sul e Ilhas Seichelles, mas cada um destes países piorou em alguns aspectos, disse o fundador da Fundação Ibrahim, ao apresentar o documento.
A Somália voltou a ficar em último lugar na tabela, abaixo da República Centro Africana, Eritreia, Chade e Guiné-Bissau. Mo Ibrahim salientou que, mesmo os cinco países melhores colocados no indicie continuam a melhorar no geral, mas registas recuos em certos sectores.
África do Sul e Ilhas Maurícias regrediram a nível de segurança e de garantia da lei, enquanto Botsuana piorou as oportunidades de desenvolvimento económico. Moçambique registou avanços no acesso à saúde e na igualdade de género, mas piorou em relação ao desenvolvimento da economia, de infra-estruturas, funcionamento da lei e acesso à educação. A Nigéria, maior economia africana, piorou na garantia da lei, assim como na segurança nacional e pessoal. O índice mostra um avanço de 0,9 por cento nos últimos cinco anos, após um crescimento de 1,2 por cento entre 2005 e 2009. Também revela que o factor que impulsionou os progressos registados desde 2009 foi o da Participação e Direitos Humanos, que inclui eleições livres e justas, igualdade de género e liberdade de expressão.
Nos cinco anos anteriores, os progressos registados provinham de oportunidades económicas sustentáveis, entre as quais se contavam uma política fiscal favorável, infra-estrutura e ambiente de negócios.
Cabo Verde
O Índice Ibrahim de Governação Africana, o mais completo do género em África, foi publicado pela primeira vez em 2007 com base em dados de mais de 30 instituições independentes africanas e mundiais. Cabo Verde melhorou na avaliação do Índice Ibrahim e recuperou o segundo lugar ao Botswana, ficando apenas atrás das Maurícias.
Cabo Verde somou 76,6 pontos na avaliação geral dos diferentes critérios, que estão agrupados em quatro categorias, Segurança e Estado de Direito, Participação e Direitos Humanos, Oportunidade Económica Sustentável e Desenvolvimento Humano.
Na avaliação de África, Cabo Verde continua a ser o melhor entre os países de língua oficial portuguesa, à frente de São Tomé e Príncipe (12.º), Moçambique (22.º), Angola (44.º) e Guiné-Bissau (48.º).
A Fundação Mo Ibrahim, homónima do milionário sudanês que a criou em 2006, apoia a boa governação e a liderança em África e elabora o Índice Ibrahim anualmente desde 2007, com o objectivo de informar e ajudar os cidadãos, sociedade civil, parlamentos e governos a medir e constactar melhor o progresso de cada país.
No topo dos cinco melhores países do continente africano encontram-se as Maurícias (81,7 pontos), Cabo Verde (76,6), Botswana, (76,2), África do Sul (73,3) e Seicheles (73,2) e nos últimos lugares estão a Guiné-Bissau (33,2), Chade (31,2), Eritreia (29,8), República Centro Africana (24,8) e Somália (8,6).