Acordo com Bruxelas agrada a investidores

Fotografia: João Gomes
O Vice-Presidente da República avaliou, quarta-feira, em Nova Iorque, Estados Unidos da América, com o presidente da Comissão da União Europeia, Durão Barroso, a situação na África Austral e central e a cooperação entre Angola e aquela organização.
Em declarações à imprensa, no final do encontro de cerca de uma hora, Durão Barroso falou do acordo de cooperação “Caminho Conjunto Angola-União Europeia”, que em sua opinião visa dar estabilidade à relação, o que é bem visto pelos investidores.
“Quando os investidores internacionais se apercebem que há um programa estável de cooperação entre um Estado africano e a União Europeia tendem a olhar para este país com maior interesse e sentido de urgência”, referiu Durão Barroso, para quem o acordo, de uma maneira geral, tem elevado a um novo patamar o relacionamento entre Angola e a União Europeia, através do aprofundamento do diálogo polí́tico e da cooperação bilateral em á́reas de interesse comum.
Reunião ministerial
O português ao serviço da União Europeia afirmou que a relação entre Angola e esta organização está “consolidada e estabilizada”, e anunciou a realização, em Outubro próximo, em Bruxelas, de uma reunião ministerial para discutir a cooperação nos sectores da energia e investigação.
“Vai ser uma oportunidade para reforçar ainda mais a cooperação entre Angola e a União Europeia”, referiu, salientando que “ainda há coisas a fazer nos dois sentidos”.
No final dos dez anos de presidência da Comissão Europeia, Durão Barroso disse que deixa a relação entre Angola e esta organização bem consolidada, salientando que com o seu sucessor a cooperação bilateral vai continuar “excelente”, na medida em que já foram lançadas as bases para o efeito.
“Há uma consolidação e institucionalização da relação entre Angola e União Europeia. Por isso independentemente daqueles que possam estar em funções, já existe uma dinâmica que vai se manter e melhorar os resultados no futuro”, afirmou.
Cooperação bilateral
A intensifição do diá́logo e da cooperação entre Angola e a União Europeia abrange diversas áreas , nomeadamente as questoões de paz e segurança, crescimento económico e desenvolvimento sustentável, boa governação e direitos humanos, energia, transportes, ambiente, ciência e tecnologia e educação.
O programa “Caminho Conjunto” foi assinado em 2012, pela Alta Representante para a Política Externa e de Segurança da Comissão Europeia, Catherine Ashton, pelo Comissário Europeu para o Desenvolvimento, Andris Piebalgs e pelos ministros angolanos das Relações Exteriores e do Planeamento, respectivamente, Georges Chikoti e Ana Dias Lourenço. Elementos da delegação angolana que participa nos debates da 69ª Assembleia-Geral das Nações Unidas, chefiada pelo Vice-Presidente da República, Manuel Vicente, aproveitaram o dia de ontem para manter alguns encontros de alto nível.
O ministro das Relações Exteriores, Georges Chikoti, acompanhado do embaixador Joaquim do Espírito Santo participou num encontro com homólogos da Comunidade de Desenvolvimento da África Austral e o ministro dos Negócios Estrangeiros da Federação Rússia.
A secretária de Estado da Cooperação, Ângela Bragança, esteve num encontro de alto nível sobre a “Transição para Implementação: Resultados dos Diálogos para a Implementação da Agenda de Desenvolvimento Pós-2015”. As consultas foram feitas em reuniões públicas e debates, nos quais os chefes de Governo e representantes da sociedade civil, da comunidade e do sector privado, discutiram a próxima agenda de desenvolvimento sustentável, que vai ser construída com base no sucesso dos Objectivos de Desenvolvimento do Milénio (ODM).
O espírito dos diálogos consistiu na identificação de soluções e estratégias em torno de seis áreas temáticas: municipalização da agenda de desenvolvimento pós-2015, apoio para reforçar capacidades e instituições, monitorização participativa, novas e existentes formas de prestação de contas, parcerias com a sociedade civil e outros agentes, parcerias com o sector privado e cultura e desenvolvimento.
O evento teve como objectivo apresentar aos Estados membros os resultados mais relevantes da auscultação realizada nos diversos países.
Durante o evento, foi apresentado o Relatório sobre os resultados do diálogo, que vão servir de base para as negociações dos Objectivos de Desenvolvimento Sustentável e da Agenda Pós-2015.