Aumentam investimentos da Odebrechet em Angola

Fotografia: Francisco Bernardo

Fotografia: Francisco Bernardo

A multinacional brasileira Odebrecht pretende afirmar-se cada vez mais como um parceiro do Governo de Angola, acompanhando a demanda do processo de potenciação da economia, quer seja com projectos de vulto, como o Aproveitamento Hidroeléctrico de Laúca, quer com a qualificação de quadros, no âmbito de um plano de transferência de responsabilidades na gestão da subsidiária angolana.

Trata-se de uma espécie de “angolanização” do comando do grupo que deve estar concluída nos próximos cinco anos, segundo Emílio Odebrecht, presidente do Conselho de Administração do grupo Odebrecht, que ontem foi recebido em audiência pelo Presidente da República, José Eduardo dos Santos.
Emílio Odebrecht disse que pela variedade e dimensão dos projectos e pelo número de colaboradores (24 mil empregados), Angola tem um peso importante na estrutura e dinâmica da multinacional que opera em 24 países. “A nossa carteira de investimentos é muito diversificada, dentro da dinâmica e linha estratégica do Governo angolano, que constitui a nossa preocupação maior”, disse.
O empresário destacou o início da produção de açúcar e energia, no âmbito do projecto Biocom, a primeira companhia de bioenergia de Angola, em Cacuso, Malanje, assim como a exploração de ureia e amônia, e a produção de frangos, numa carteira de responsabilidade a rondar os cinco mil milhões de dólares.
“Faz parte da nossa cultura contribuir com os nossos países clientes, em particular Angola, com quem temos uma grande afinidade. Só em termos de postos de trabalho são cerca de 24 mil dentro da organização, ligados directa ou indirectamente, através de subcontratadas, o que representa sete por cento de toda a organização, e isso é um peso importante”, disse. Emílio Odebrecht falou da estratégia de transferência da gestão, como sendo um imperativo para o crescimento e afirmação da empresa no mundo.
“Temos dedicado muita energia no processo de formação de quadros angolanos, porque temos por objectivo, dentro dos próximos cinco anos, ter tudo alinhado em termos de preços no mercado internacional, e ter a nossa empresa em Angola comandada e dirigida por técnicos angolanos, que entraram e estão a ser formados para essa missão”.

Novos desafios

Sobre o encontro com o Presidente da República, o empresário resumiu: “todos os anos fazemos um balaço do andamento dos vários projectos e das prioridades anteriores e ouvir quais as grandes prioridades e desafios para o futuro, no sentido de buscarmos uma solução e atender”. Segundo o empresário, pelos activos que Angola já possui, começa a fazer-se sentir a necessidade de ter em atenção as componentes de manutenção, conservação e uma operação mais racional possível das infra-estruturas e de outros investimentos. “No passado como não tinha nada relevante, essas preocupações com a manutenção, conservação e uma operação mais racional não eram prioritárias, mas passaram a ser, continuam a ser e vão ser ainda maiores no futuro”, frisou.

Construir o futuro

O patrão da multinacional brasileira realçou o facto de a missão da Odebrecht em Angola ultrapassar a realização de obras. “Nós construímos e ajudamos a construir o desenvolvimento e o crescimento de Angola, atendendo que com isso realizamos o nosso próprio crescimento”, declarou. É na demanda do processo de potenciação da economia angolana, que se enquadra o Aproveitamento Hidroeléctrico de Laúca, o maior projecto do sector energético do país, cujas obras estão precisamente a cargo da construtora brasileira.
Emílio Odebrecht considerou o sector energético fundamental para o país, por ser o maior indutor do desenvolvimento e Angola o qual, referiu, chegou a um patamar que as novas necessidades de geração de energia são indispensáveis para continuidade e garantia dos investimentos e do crescimento.
“Um país não se desenvolve sem energia disponível capaz de atender as necessidades dos investidores e Laúca é hoje, em termos de importância, o que foi Capanda há 20 ou 30 anos, e assume um papel muito importante, independentemente de ser uma nova referência de como é importante projectar um empreendimento desta magnitude, para ser feito no menor custo possível no menor prazo possível”, assinalou.

FacebookTwitterGoogle+