SADC treina tropas para crises e calamidades

Fotografia: Casimiro José

Fotografia: Casimiro José

Angola vai participar com um contingente de 100 efectivos e respectivos meios militares nos exercícios conjuntos de forças especiais da Comunidade de Desenvolvimento da África Austral (SADC) a decorrer no próximo ano no Zimbabwe.

A garantia foi dada pelo chefe do Estado-Maior General das FAA, general Geraldo Sachipengo Nunda, no encerramento das manobras militares combinadas das Forças Especiais, realizadas de 5 de Agosto a 11 de Setembro, nas regiões dos municípios da Cela, Quibala e Ebo.

Os exercícios têm como objectivo preparar as forças especiais para situações de crise, manutenção da paz, busca e salvamento em casos de conflitos e calamidades naturais. A ideia é lançar as bases para uma coexistência segura e enfrentar acções que possam perigar a paz e desenvolvimento da região. No encerramento, o ministro da Defesa Nacional manifestou-se preocupado com a ausência de mecanismos multilaterais que possam prevenir os efeitos da insegurança, crises políticas, calamidades naturais, em caso de surgirem numa proporção cíclica e inesperada nos Estados membros da região e do continente em geral.

João Lourenço afirmou que o cenário actual apresenta muitos países membros da região com focos de instabilidade e deve constituir preocupação dos Estados-membros e adoptar mecanismos de preparação permanente para dar respostas oportunas e eficazes para a salvaguarda das conquistas alcançadas.

“Os focos de instabilidade que vão surgindo na nossa região requerem planos de preparação permanente, sob pena de estes fenómenos perigarem a soberania e a integridade territorial nos nossos países”, realçou o ministro, lembrando que os conflitos políticos e militares precisam de oportunas soluções.

João Lourenço defendeu o aprimoramento dos mecanismos que assegurem uma melhor gestão de crises, sobretudo as inesperadas, e adiantou que a realização regular dos exercícios conjuntos e combinados das Forças da SADC constitui um grande passo para enfrentar os desafios presentes e futuros.

“Este exercício das Forças Especiais serviu para a troca de experiências, o que se traduziu em momento significativo para as carreiras dos militares das Forças Armadas dos países membros da SADC nele participantes, mas também para a população desta parcela do território nacional”, disse.

O encerramento dos exercícios foi marcado com o arrear das bandeiras da SADC e dos países membros e a entrega de menções de agradecimento e certificados de participação. A realização periódica dos exercícios das forças especiais da SADC tem por finalidade criar um sistema de defesa dos Estados membros contra eventuais crises políticas, assim como responder com eficiência às operações de manutenção de paz, busca e salvamento, assistência às populações afectadas por conflitos armados e em situações de calamidades naturais.

A assistir ao acto estiveram os chefes de Estado-Maiores dos países participantes, o ministro da Economia, Abraão Gourgel, o embaixador de Angola na Argentina, Hermínio Escórcio, o governador do Cuanza Sul, Eusébio de Brito Teixeira, oficiais generais e superiores angolanos.

Os exercícios conjuntos e combinados “Vale do Keve” envolveram 1.700 elementos das Forças Especiais de sete países, sendo 1.300 angolanos e outros 400 efectivos da África do Sul, Namíbia, Zâmbia, Zimbabue, RDC, Suazilândia e Lesoto.

Durante 45 dias, os exercícios incidiram no treino de uma força compacta, operações nas áreas ribeirinhas, simulação de operações de evacuação da população em zonas de risco e lançamento de pára-quedistas em zonas de instabilidade. As comunidades das localidades em que decorreram os exercícios foram apoiadas com acções na área da saúde.

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