Informação chega aos países fronteiriços

Fotografia: JA

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O Executivo quer realizar os voos de pesquisa aerogeofísicos nas fronteiras que ligam Angola aos países vizinhos sem causar transtornos às referidas populações, assegurou ontem, em Luanda, a secretária de Estado para a Cooperação.

Ângela Bragança fez essa afirmação durante um encontro com diplomatas das embaixadas da Zâmbia, Namíbia e República Democrática do Congo (RDC), em que participou igualmente o secretário de Estado da Geologia e Minas, Miguel Bondo.

O encontro, disse Ângela Bragança, serviu para apresentar os objectivos do Plano Nacional de Geologia (PLANAGEO), pela repercussão do projecto junto das populações dos países limítrofes de Angola.

“Houve necessidade de informar sobre as implicações técnicas do Planageo porque esperamos que os países (vizinhos) entendam os objectivos desta pesquisa mineira”, disse. Ângela Bragança esclareceu aos diplomatas que o trabalho de pesquisa nas zonas fronteiriças vai ser executado em conjunto com os países vizinhos para que se obtenham vantagens recíprocas.

A secretária de Estado da Cooperação considera, também, importante a parceria entre os países porque vai permitir a opção de informações sobre o potencial mineiro de uma zona próxima à fronteira. “Obtivemos a informação de que a existência do Instituto Geológico vai ser de grande importância para a região, para possíveis estudos e amostras”, realçou.

O secretário de Estado da Geologia e Minas informou que as ocorrências mineiras se estendem ao longo dos países, razão pela qual os mapas geológicos são contínuos e partilhados.

Blocos fronteiriços

Miguel Bondo informou que a pesquisa ainda não alcançou os blocos fronteiriços que ligam aos países porque ainda estão a ser efectuados contactos com as embaixadas. “Estamos a disseminar informações para, quando chegar a altura de sobrevoos, não existirem problemas”, referiu o secretário de Estado, acrescentando que os países vizinhos foram informados sobre a necessidade que se tem de sobrevoar as áreas fronteiriças um pouco adentro, para determinar a realidade do potencial mineiro.

O director do Instituto Geológico Mineiro, Makenda Ambroise, que apresentou o Planageo aos responsáveis dos países vizinhos, informou que vão ser usados aviões de pequeno porte, numa altitude de 100 metros, em regiões onde trabalham vários camponeses.

Sublinhou ser, por isso, que as populações que vivem nas áreas fronteriças devem ser dividamente sensibilizadas para a quando quando os aviões começarem a sobrevoar o espaço territorial para a identificação do potencial mineiro, num processo que se estende até 2016.

“Os governos já têm um acordo para a exploração nestas zonas, estamos apenas a explicar o que estamos a fazer e como vamos efectuar os trabalhos de pesquisa. Os embaixadores destes países vão servir de sensibilizadores junto das suas populações”, afirmou.

Makenda Ambroise lembrou que a pesquisa aerogeofísica realiza-se na zona norte pela empresa chinesa “Citic”, no leste de Angola pelo consórcio “Costa Negócios”, enquanto as regiões sul e oeste são sob responsabilidde  do consórcio liderado pela empresa “Impulso”.

Cada empresa contratada utiliza dois aviões que voam a uma altura que varia entre os 100 e 120 metros, tendo como ponto de partida o aeroporto internacional 4 de Fevereiro. Os aviões estão equipados com instrumentos técnicos sofisticados. As pesquisas permitem explorar os minérios nos próximos 100 anos.

O Planageo é desenvolvido durante cinco anos pela empresa chinesa Citic, que é responsável por 25 por cento da área total, pela brasileira Costa e Negócios (37,5 por cento) e pelo consórcio formado pelas empresas Impulso, Instituto Geológico e Mineiro de Espanha e o Laboratório Nacional de Energia e Geologia de Portugal, que detêm os restantes 37,5 por cento.

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