Seguros já contribuem com 0,5 porcento para PIB

Foto: Alberto Julião
Embora a taxa de penetração do seguro em Angola seja de um porcento, o sector já contribui com 0,5 pontos percentuais para o Produto Interno Bruto (PIB), constatou hoje (segunda-feira), em Luanda, o economista Fiel Constantino.
A percentagem representa cerca de novecentos milhões de dólares americanos em prémios acumulados nos dois últimos anos, um valor com “altos indícios de crescimento”, conforme reconheceu o economista numa entrevista concedida à Angop, no quadro da abordagem sobre a actividade seguradora no país.
Fiel Constantino disse no entanto que a importância do sector de seguros é cada vez mais notória, sendo que para isso “a regulação é cada vez mais uma grande exigência”.
“Estas instituições estão obrigadas a garantirem que a confiança que lhes é depositada pelos beneficiários do serviço não seja defraudada. A gestão deve sempre garantir a cobertura do sinistro previsto no contrato”, referiu.
“Por outro lado, é necessário cuidar da protecção das seguradoras locais para com os grandes negócios de multinacionais estrangeiras. As seguradoras locais podem naturalmente cooperar com as suas congéneres estrangeiras no âmbito do resseguro, mas não devem perder o negócio para agentes não-residentes”, acrescentou.
Neste sentido, Fiel Constantino exorta o sentido de obrigatoriedade dos agentes seguradores, no quadro da manutenção da confiança que lhes é depositada pelos beneficiários dos serviços.
“A gestão deve sempre garantir protecção no decurso das ocorrências de sinistros. Daí que a regulação seja indispensável à moralização do sector. Devemos ter em conta que o risco é inerente a quase todos os investimentos que se faça. Acontece com a indústria, com a agricultura, no comércio, na saúde, enfim, tudo que tem um custo de implementação deve ter um custo de prevenção. E aí é que surge o seguro”, referiu.
Quanto à qualidade da prestação de serviços, Fiel Constantino disse que as ineficiências de algumas operadoras de seguro levam a que a população rejeite, em certa medida, esses serviços. Neste sentido, o economista apela a intervenção da entidade reguladora.
“As entidades reguladoras de seguro e defensoras de direitos do consumidor devem intervir para que se não desincentive um ramo de actividade que até é muito útil em qualquer economia”, acrescentou.
Por último, o economista reconhece a consciencialização da população quanto a importância do seguro, e afirma que custos e preços de seguros se ajustem ao poder de aquisição dos cidadãos.
“Noto que a população está mais educada neste sentido, mas isso não basta. É necessário que os custos e preços do seguro se ajustem ao poder de aquisição dos cidadãos. Por outro lado, os serviços prestados devem ser mais atractivo do que obrigatórios”, concluiu.