Pequenas indústrias desafogam o campo

Fotografia: Mota Ambrósio
A ministra da Indústria, Bernarda da Silva, anunciou ontem em Luanda que está para breve o arranque do Programa de Industrialização das Zonas Rurais em todo o território, para apoiar a criação de pequenas indústrias em três municípios de cada província.
O Programa de Industrialização vai decorrer de forma faseada até 2017, segundo a ministra em declarações à imprensa, no final da oitava sessão ordinária da Comissão para a Economia Real do Conselho de Ministros, orientada pelo Vice-Presidente da República, Manuel Vicente.
\”Começamos com nove municípios distribuídos por treze províncias e devemos evoluir para outras regiões\”, afirmou a ministra, salientando que foi feito antes um diagnóstico exaustivo às províncias para que o Programa alcance os objectivos desejados.
Para o fomento de pequenas indústrias no campo, a ministra garantiu apoios aos empreendedores para a aquisição, instalação e assistência dos equipamentos, incluindo a procura e gestão do financiamento.
Empresas públicas
A reunião de ontem avaliou o relatório de actividades da Comissão Técnica para o Levantamento de Dados das Empresas Públicas Paralisadas do Sector da Indústria. A ministra da Indústria indicou que existem muitas empresas públicas paralisadas, referindo que o sector que dirige é dos que detêm maior volume de unidades paralisadas.
\”Estamos a fazer o trabalho e no devido momento trazemos as conclusões definitivas\”, afirmou a ministra da Indústria, acrescentando que o trabalho é conjunto com o Ministério da Economia, porque também abrange outros sectores que se encontram na mesma situação. Os sectores que mais cedo concluírem os processos, mais rápido têm a situação dos funcionários resolvida.
O sector da Indústria deve ter à volta de 20 empresas paralisadas. Deste número, segundo a ministra, foi feito um \”diagnóstico perfeito a apenas dez, porque para outros casos existem dificuldades relacionadas com os processos, pelo facto de alguns não terem sido conservados\”. O Executivo está engajado no programa de reabilitação das indústrias, incluindo a recuperação dos respectivos trabalhadores desempregados.
Explorações agrícolas
O ministro da Agricultura disse à imprensa, no final da reunião, que o sector que dirige apresentou um plano que visa fomentar as micro, pequenas e médias explorações agrícolas empresariais a nível municipal. Afonso Canga garantiu assistência técnica para as explorações agrícolas terem capacidade de receber apoios e interagirem com o mercado, de modo a aumentar a produção e a produtividade.
O ministro da Agricultura confirmou, para o efeito, que existe um conjunto de acções, do ponto de vista de assistência técnica, financiamento, comercialização e transformação dos produtos que são dirigidas às micro, pequenas e médias explorações agro-pecuárias.
O actual ambiente económico do país, a criação de muitas infra-estruturas de apoio à produção, a circulação de pessoas e bens são alguns factores que contribuíram para o crescimento da agricultura em Angola.
\”Precisamos de fazer muito mais para atingirmos as metas de oferta em termos de produtos alimentares nacionais, produção de matérias-primas para dinamizar a indústria, diversificar a economia e aumentar os postos de trabalho, sobretudo para a juventude\”, afirmou.
Os membros da Comissão para a Economia Real do Conselho de Ministros avaliaram ontem projectos que visam dar capacidade de irrigação ao pólo agro-industrial da Quizenga (projecto de instalação de rega), na província de Malanje, e o Projecto de Irrigação Suplementar no Pólo Agro-industrial do Cubal, na província de Benguela. O objectivo, de acordo com o ministro da Agricultura, é dotar estas unidades de capacidade de irrigação nos períodos de estiagem.
A reunião procedeu ao balanço dos Planos Nacionais de Desenvolvimento de Médio prazo para o período 2013-2017 e de outras actividades do Executivo referentes ao ano de 2013 e primeiro trimestre deste ano.