Indústria petrolífera regista crescimento

Fotografia: João Gomes

Fotografia: João Gomes

Presidente da República, Manuel Vicente, recebeu ontem, em audiência, a ministra do Comércio e da Cooperação para o Desenvolvimento da Holanda, Lilianne Ploumen, com quem abordou aspectos relacionados com a cooperação entre os dois países e a possibilidade que existe para cooperar em outras áreas.

“Angola tem potencial para fortalecer a cooperação já existente com os Países Baixos com os quais tem uma relação histórica de longos anos”, disse a ministra, que pretende ver alargadas as relações para outros domínios, com realce para agricultura, petróleo e gás.
A ministra manifestou o interesse do seu país em contribuir para o desenvolvimento de Angola. “Agora vemos a possibilidade de contribuir com a nossa experiência e tecnologia para o desenvolvimento de Angola, dando suporte a esses domínios”, sublinhou a ministra.
Durante a audiência, Lilianne Ploumen manifestou igualmente o seu apreço ao Vice-Presidente, pelo esforço que Angola tem feito para a estabilização da Região dos Grandes Lagos, tendo falado ainda sobre a questão da facilitação de vistos para os empresários dos dois países.

Investimentos

Os investimentos na indústria petrolífera em Angola continuam a crescer depois de um ligeiro abrandamento em 2010, revelou ontem, em Luanda, o ministro dos Petróleos, José Botelho de Vasconcelos.
Ao discursar na abertura do seminário sobre petróleo e gás com o tema “Intercâmbio de Conhecimentos e Tecnologias”, o ministro disse que a previsão para os próximos cinco anos aponta para um investimento de 136 mil milhões de dólares em exploração e desenvolvimento contra os 69 mil milhões investidos nos últimos cinco anos. Diante de uma missão económica holandesa, chefiada pela ministra do Comércio Externo e da Cooperação para o Desenvolvimento, Lilianne Ploumen, Botelho de Vasconcelos explicou que a produção de petróleo a partir do pré-sal suporta os principais objectivos da estratégia de exploração, por ter um potencial considerável.
Para o efeito, a Sonangol recomenda às operadoras a realização de poços que atinjam o pré-sal. Além disso, recomenda também que as obrigações contratuais incluam a perfuração de um poço e pesquisa obrigatória no pré-sal. “Isso permitiu a perfuração de um total de oito poços de pesquisa do pré-sal. Dos oito, seis poços foram considerados como descobertas e dois considerados não comerciais”, referiu. Sobre a estratégia de exploração do sector, disse que estão a ser feitos estudos para a avaliação de três bacias interiores, nomeadamente as de Cassanje, Okavango e do Etosha.
O objectivo é dividi-las em blocos e licitá-las no futuro para potenciar as empresas angolanas e estrangeiras.
Botelho de Vasconcelos lembrou que a estratégia baseia-se na licitação de dez blocos, dos quais sete na Bacia do Kwanza e três na Bacia do Baixo Congo e ao mesmo tempo efectuar-se a avaliação de cinco blocos terrestres. Destes, quatro na Bacia do Kwanza e um na Bacia do Congo, com perfuração de pelo menos um poço em cada bloco.

Blocos no offshore

Segundo o ministro, prevê-se a adjudicação de novos blocos no “offshore” profundo e ultra profundo da Bacia do Namibe em 2015, com objectivos geológicos no pré-sal. Botelho de Vasconcelos reconheceu haver potencial para a produção e exploração de gás nas bacias de Angola. Mas diz ser preciso investimento e incentivo para a sua confirmação e qualificação. Referiu ser urgente reforçar a aposta no desenvolvimento e qualificação de técnicos angolanos com potencialidades a todos os níveis, para garantir a sustentabilidade da indústria petrolífera nacional, através da angolanização, processo iniciado em 1982. Na altura mais de 90 por cento dos trabalhadores eram estrangeiros.
O objectivo é assegurar a substituição paulatina de força de trabalho estrangeira na indústria petrolífera. Como resultado desse processo, até 2013 foram recrutados 9.640 trabalhadores angolanos e prevê-se ainda para este ano o recrutamento de 7.063 trabalhadores. O número de trabalhadores do sector, em 2013, era de 107.584.

Experiência da Holanda

A ministra do Comércio Externo e da Cooperação para o Desenvolvimento da Holanda disse que o seu país é um dos melhores produtores de gás a nível mundial, e manifestou a disponibilidade de partilhar a sua experiência com Angola.
Ao discursar na abertura do seminário sobre petróleo e gás, a ministra referiu que devido a complexidade geográfica do seu país, houve necessidade de aperfeiçoar as técnicas de exploração e produção, o que se estendeu até ao sector da agricultura. Lilianne Ploumen falou do processo de diversificação da economia angolana e disse que uma das vias passa pelo fortalecimento da sua produção agrícola.
A Holanda oferece conhecimentos e tecnologias inovadoras nos campos da energia, infra-estruturas marítimas, transportes e agro-negócios. “Estes sectores fornecem oportunidades promissoras para os nossos países trabalharem em conjunto. As empresas holandesas estão interessadas em fortalecer a cooperação com as homólogas angolanas”, disse Lilianne Ploumen.

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