Agenda comum para toda região

Foto: Francisco Miúdo
A enviada especial do Secretário-Geral das Nações Unidas para a região dos Grandes Lagos, Mary Robinson, considera necessário que os países membros da Comunidade dos Estados da África Austral (SADC) e da Conferência Inter-regional sobre a Região dos Grandes Lagos (CIRGL) trabalhem com base numa agenda para resolverem a situação no Leste da República Democrática do Congo (RDC).
Esta mensagem foi transmitida pelo seu representante, Modiba Toure, na sessão de abertura da reunião ministerial conjunta da SADC e da CIRGL, realizada em Luanda, para analisar a situação de segurança no leste da RDC.
Mary Robinson propõe que exista um cronograma razoável para rendição e desmobilização das forças da FDLR, assim como um plano de acções militares contra estas e todos os grupos armados que continuam a operar no Leste da RDC. “Têm de perceber que a única solução é depor as armas e dar início ao processo de desmobilização, de forma incondicional”, acrescenta.
Aqueles que não quiserem entregar armas voluntariamente, devem ser alvo de acções militares da MONUSCO e da brigada de intervenção, destinada a neutralizar todos os grupos armados. “Os que cometeram abusos aos direitos humanos e internacionais devem enfrentar os tribunais internacionais”, afirma.
Mary Robinson vê com optimismo o trabalho que Angola tem feito para a pacificação da República Democrática do Congo e da região no geral, mas recorda os recentes combates entre as forças do Uganda e da RDC, que do seu ponto de vista são um alerta quanto à volatilidade da segurança na região.
Durante a sessão de abertura da reunião ministerial conjunta entre a SADC e a CIRGL, o ministro das Relações Exteriores, Georges Chikoti. Considerou que a transformação da Região dos Grandes Lagos em zona de paz, estabilidade, cooperação e desenvolvimento é um desafio que os Estados membros têm de enfrentar, para responder às aspirações dos respectivos povos.
Os participantes no encontro aconselharam o reforço da cooperação regional e internacional na identificação e neutralização de todas as forças negativas activas na região. As chefias militares propuseram o repatriamento célere e a facilitação no tratamento das questões pendentes, depois do êxito alcançado contra as forças da ADF e a derrota do M23.
Por esse motivo, Georges Chikoti saudou os esforços e a determinação dos países que integram a Brigada de Intervenção da MONUSCO que, ao lado do exército da RDC, continua a combater as forças negativas na região, tal como as acções empreendidas pelas Nações Unidas, União Africana e SADC.