Programa mineiro é levado a Londres

Fotografia: Estanislau Costa

Fotografia: Estanislau Costa

O modelo de gestão dos recursos naturais de Angola coloca-a na perspectiva de ser um país de rendimento médio em 2018, afirmou terça-feira em Londres o ministro da Geologia e Minas.

Francisco Queiroz fez essa afirmação quando apresentava uma comunicação intitulada “A evolução do sector mineiro angolano: reforma e investimento\”, no âmbito da sua participação na “Conferência Mining On Top: África London Summit\”, que decorre desde terça-feira até hoje.
Uma nota do Ministério da Geologia e Minas refere que na sua intervenção, o ministro reafirmou a importância da participação de Angola em eventos do género, para a promoção dos pontos de vista do Executivo nessa matéria.

Quanto ao debate sobre “Financiamento de infra-estruturas geológicas em África”, Francisco Queiroz considerou que o mesmo “devia ser mais aprofundado”. O debate, disse, não foi aprofundado, acrescentando que o Banco Mundial (BM) e os países compradores de matérias-primas deviam ter responsabilidades sobre o financiamento de infra-estruturas em África. À margem da conferência, o ministro da Geologia e Minas vai encontrar-se hoje com a secretária de Estado para o Desenvolvimento Internacional do Governo britânico, Lynne Featherstone.

A cerimónia inaugural do voo do Plano Nacional de Geologia (Planageo), que visa estabelecer a cobertura das lacunas de informação geológica e mineira de Angola, realizou-se recentemente no Aeroporto de Luanda. O projecto tem, entre outros objectivos, o aumento do conhecimento do potencial geológico e mineiro do país, a identificação de fontes de recursos necessários ao desenvolvimento e o fomento da diversificação da economia nacional, concentrada actualmente na produção de petróleo e diamantes.
A embaixadora de Espanha em Angola, Julia Olmo, felicitou o Ministério da Geologia e Minas por pôr em marcha o Planageo e referiu que muitos países da região estão atentos, no sentido de seguir o exemplo de Angola.

Em declarações à Lusa, o ministro Francisco Queiroz disse que a produção de diamantes em Angola deve crescer 25 por cento e ultrapassar este ano os dez milhões de quilates, graças à entrada em funcionamento de duas novas explorações.
“Este ano temos uma meta ambiciosa de 9,5 milhões de quilates [na produção] industrial e 550 mil quilates [na produção] artesanal, o que quer dizer que temos de produzir dez milhões de quilates\”, disse ontem à agência Lusa Francisco Queiroz, à margem da conferência “Mineração no Topo: África\”, que decorre em Londres.

O ministro disse estar confiante em atingir o objectivo para 2014, minimizando a informação do boletim do Ministério da Geologia e Minas de uma quebra de 24 por cento na produção em Maio, em função dos 785 mil quilates em Abril contra os 600 mil quilates em Maio.
“Em Abril houve necessidade de fazer manutenção na principal mina produtora de diamantes, que é a Catoca. Essa paralisação nos dois moinhos que fazem a escolha dos diamantes provocou naturalmente uma redução que já foi retomada\”, justificou.

Há um período do ano em que a produção é mais elevada e possivelmente podem entrar em funcionamento uma ou duas minas. Embora os diamantes não sejam de grande qualidade, podem contribuir para atingir esse objectivo\”, enfatizou.

Francisco Queiroz participa na conferência dedicada ao tema “Criar valor partilhado através da mineração em África\”, na qual deu uma perspectiva dos planos do Executivo para a exploração mineira. Na intervenção de ontem, deu conta de três objectivos: “aumentar as receitas fiscais do Estado, diversificar a economia e exploração mineira que actualmente está muito concentrada no petróleo e diamantes e elevar as condições de vida das populações, em particular aquelas mais próximas dos projectos mineiros\”.

Um dos projectos em curso que destacou foi o Plano Nacional de Geologia (Planageo), que vai fazer a caracterização do potencial geológico-mineiro do país para assim “atrair investimento e programar uma exploração sustentável dos recursos para as próximas décadas até aos próximos 100 anos”.

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