Voos de geologia descobrem minas

Fotografia: Dombele Bernardo

Fotografia: Dombele Bernardo

O Executivo vai aproveitar o plano de levantamento geológico do Ministério da Geologia e Minas para localizar minas anti-pessoal implantadas no país, revelou ontem, em Maputo (Moçambique), o presidente da Comissão Nacional Interministerial para a desminagem e Assistência Humanitária (CNIDAH).

Santana André “Pitra Petroff”, que chefia a delegação angolana na conferência de revisão da Convenção sobre a Proibição do Uso, Armazenamento, Produção, Transferência e Destruição de Minas Anti-pessoal, referiu que, até 2017, o Executivo está a dar prioridade às áreas de produção no processo de desminagem.

 ”Até 2017, altura em que termina o ‘Pedido de extensão para avaliação da situação real das minas no país’, Angola prevê desminar 327 áreas, o que corresponde a 33 por cento de 998, o número total de campos minados”, disse.

O presidente da CNIDAH garantiu que há um grande esforço do Executivo para desminar o país, embora reconheça ter sido reduzido o apoio dos doadores internacionais, devido à crise financeira na Europa.

Angola desminou 1.610 quilómetros quadrados, 6.680 quilómetros de estrada, 2.871 linhas de alta tensão e 4.676 quilómetros para cabo de fibra óptica, no período entre 2010 e 2014. No mesmo período, foram desactivadas 21.996 minas anti-pessoal, 2.092 minas anti-tanque e 3.282.175 engenhos explosivos diversos, de acordo com o técnico da Comissão Nacional de Desminagem e Ajuda Humanitária (CNIDAH).

Adriano Gonçalves, que apresentou o “Plano de trabalho para o cumprimento do pedido de extensão para avaliação da realidade nacional sobre minas”, informou que a província com maior número de campos minados é a do Cuando Cubango, com 258.

A seguir estão as províncias do Bié, com 141, Cuanza Sul, (125), Moxico (83), Benguela (80), Uíge (52), Cuanza Norte (51), Bengo (50), Huambo (42), Huíla e Cunene (25), Malanje (24), Lunda Sul (18), Zaire (16), Cabinda (4), Lunda Norte (3) e Luanda com um campo minado, totalizando 998 a nível de todo o país. A província do Namibe está livre de minas.

Para a concretização deste objectivo, Adriano Gonçalves disse estar em curso a conclusão da “pesquisa não técnica”, o mapeamento das áreas minadas e desminadas, a uniformização da base de dados central com a dos operadores, actividades de gestão de qualidade, formação de quadros dos operadores de desminagem e operações de desminagem dos operadores públicos, humanitário nacional, internacionais e comerciais.

O segundo dia da conferência, que decorre sob o lema “Por um mundo livre de minas”, foi marcado pela apresentação dos planos de trabalho dos 196 países participantes, com vista à eliminação de minas nos seus respectivos países, assim como dos planos de acção de assistência às vítimas de minas.

Paralelamente à conferência, foi aberto um salão de exposição, onde os países participantes exibem cartazes publicitários dos projectos que desenvolvem, artefactos produzidos por vítimas de minas e fotografias que ilustram o processo de desminagem.

FacebookTwitterGoogle+