HONRAR O PRESIDENTE AGOSTINHO NETO NOS 50 ANOS DE INDEPENDÊNCIA NACIONAL

Por ocasião da celebração de mais um aniversário do saudoso Presidente Dr. Agostinho Neto, Sua Excelência Embaixadora Extraordinária e Plenipotenciária da República de Angola na República Portugue

Por ocasião da celebração de mais um aniversário do saudoso Presidente Dr. António Agostinho Neto, Sua Excelência Embaixadora Extraordinária e Plenipotenciária da República de Angola na República Portuguesa, Maria de Jesus Ferreira, endereçou uma mensagem à comunidade angolana residente em Portugal.

HONRAR O PRESIDENTE AGOSTINHO NETO NOS 50 ANOS DE INDEPENDÊNCIA NACIONAL

A importância do Dr. António Agostinho Neto, Primeiro Presidente de Angola, no contexto das comemorações dos 50 anos da independência de Angola é profunda, multifacetada e absolutamente central. Ele não é apenas uma figura histórica, mas o pilar sobre o qual foi construída e consolidada a grande nação angolana. Durante os 50 anos de Angola, como nação independente a celebrar no próximo dia 11 de Novembro deste ano, a figura do Presidente Agostinho Neto deve ser revisitada, não apenas como um herói do passado, mas também como um símbolo contínuo da unidade, identidade e soberania nacional. Uma unidade expressa no modo como congregou em torno da luta comum pessoas de diferentes origens sociais, étnicas, religiosas e raciais. Foi com essa capacidade de união que todos se juntaram para a luta sem tréguas e determinada pela libertação nacional, dando corpo a uma clara opção pela conquista do bem comum: o fim do colonialismo.

Dr. António Agostinho Neto foi o rosto e a voz da luta armada contra o colonialismo português. Como presidente do MPLA (Movimento Popular de Libertação de Angola), foi a personalidade que unificou a causa independentista perante o mundo, conseguindo granjear apoio crucial de países africanos, do bloco socialista e de movimentos anticoloniais em todo o mundo, dando legitimidade política aos anseios do povo de Angola através da luta pela libertação nacional consubstanciada no princípio do direito internacional à autodeterminação e independência dos povos colonizados, como determinam as resoluções da Organização das Nações Unidas.

Foi também Agostinho Neto, que perante África e o mundo, em 11 de Novembro de 1975, proclamou solenemente a independência de Angola, tornando-se assim o primeiro Presidente da República. Este acto fundacional coloca-o. desde logo como o “Pai da Nação”, um título que permanece incontestado e que deve ser sempre devidamente enaltecido.

Ao longo destes 50 anos, a sua imagem e legado são legitimamente usados pelo Estado angolano como um elemento unificador que transcende as divisões, sejam elas de que tipo forem. Ele é um ponto comum de referência e orgulho nacional. Agostinho Neto liderou os esforços iniciais da construção do Estado angolano, definindo as suas fronteiras, símbolos nacionais e os princípios de soberania. Os 50 anos celebram, em grande parte essa unidade e o desenvolvimento do Estado que ele ajudou a criar.

Com o seu forte sentimento patriótico, decidiu recorrer à ajuda solidária de Cuba em defesa da soberania do território e do povo angolano perante a invasão de Angola pelo exército da África do Sul racista. Foi também Agostinho Neto que tomou a decisão solidária de apoio aos povos irmãos de região Austral de África na luta contra o apartheid, tendo ficado registada na história a sua declaração de que “na Namíbia, África do Sul e no Zimbabwe está a continuação da nossa luta”.

Esta decisão, galvanizou o povo angolano para apoiar a luta desses povos irmãos, consumada com a proclamação da independência do Zimbabwe em 1979 e da Namíbia em 1990, o fim do apartheid e a libertação de Nelson Mandela. Mas, Agostinho Neto não era apenas um homem de acção. Foi, também, um intelectual e um dos mais importantes poetas angolanos, o que acrescenta profundidade à sua figura. A sua figura humanista, tem destaque nas suas acções como médico junto das populações mais vulneráveis.

Num contexto internacional conturbado, marcado por guerras e profundas divisões regionais, o exemplo de Agostinho Neto torna-se mais relevante, pois representa uma mensagem de união, diálogo e inclusão.

Numa altura em que a diplomacia angolana se tem imposto na mediação de conflitos e o País se consolidou numa placa giratória obrigatória para líderes de todo o mundo, celebrar os 50 anos de independência é, inevitavelmente, celebrar e reavaliar o legado de Agostinho Neto. Ele é a chave para entender o passado, o presente e as aspirações futuras do País. A sua importância é, portanto, eterna e fundacional, moldando a identidade angolana.

Agostinho Neto tem sido, ao longo destes 50 anos, lembrado como o “Pai da Nação Angolana”. A sua vida foi um exemplo de sacrifício, intelectualidade e amor incondicional pela sua terra. A sua obra e o seu espírito permanecem como pilares fundamentais de Angola.

Por isso, recordá-lo é não só um dever patriótico como, também e sobretudo, um incentivo para despertar nas novas gerações o imenso orgulho numa angolanidade que se tem construindo ao longo dos anos, num trabalho que se renova a cada dia que passa. Obrigada, Presidente Neto.

mensagem 17 Setembro 2025 ++++

 

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