Angola quer estimular países dos Grandes Lagos para cooperação sólida

Foto: Francisco Miúdo

Foto: Francisco Miúdo

O director para África e Médio Oriente do Ministério das Relações Exteriores, Joaquim do Espírito Santo, referiu hoje, terça-feira, em Luanda, que a presidência do país na Conferência Internacional sobre a Região dos Grandes Lagos (CIRGL) visa estimular os estados membros no estabelecimento, entre si, de uma cooperação sólida.

Joaquim do Espírito Santo fez este pronunciamento quando falava à Angop sobre o Papel da Diplomacia angolana na resolução de conflitos no continente africano.

O embaixador frisou que tendo em conta que a questão de fundo do conflito da República Democrática do Congo (RDC) tem a ver com a exploração dos recursos naturais, Angola propos, no quadro da CIRGL,  estabelecimento de parcerias com vista à acomodação  dos interesses económicos destes países.

Entre os países que inicialmente aderiram à iniciativa estão Angola, África do Sul (embora não seja parte dos Grandes Lagos é um país da SADC, que está associada ao Acordo Quadro sobre a Paz na RDC e cooperação na região ),  Ruanda, Uganda e a RDC.

Referiu que associaram-se, mais tarde, o Congo Brazzaville e a Tanzânia, mas que ultimamente o Quénia tem manifestado interesse em fazer parte desta acção de cooperação na região.

“É claro que esta cooperação visa explorar os recursos da região. Foram descobertos petróleo e  gás natural, mas também existe  ouro e outros recursos minerais que podem ser explorados em benefício dos povos da região”, argumentou.

Explicou que a presença de Angola neste processo tem como objectivo tornar-se num elemento de estabilidade e garantia para que não haja suspeitas e desconfiança entre os países.

Acrescentou que, recentemente, o Ministro das Relações Exteriores, Georges Chikoti, visitou uma série de países e rubricou vários acordos com o Rwanda, Uganda e Quénia, já também no quadro desta acção mais alargada de concertação e  de cooperação .

“Este passo que Angola deu vai servir de exemplo para estimular outros países a estabelecerem, entre si, esta aliança e cooperação”, disse.

De acordo com o embaixador, a ideia é de que hajam sinergia e esforço financeiro de todos estes países para que ela seja efectiva e consolidada, porque criará condições para combater o desemprego e a pobreza, edificando assim uma zona de interesses sólidos e que possam beneficiar os povos da região.

Angola ocupa a presidência da CIRGL desde a sua V Cimeira dos Chefes de Estado e de Governo da organização, que decorreu no início deste ano, sob o lema, “Promovamos a paz, segurança, estabilidade e desenvolvimento da Região dos Grandes Lagos”.

 A CIRGL foi criada após os conflitos políticos que marcaram a região dos Grandes Lagos, em 1994, cujo resultado marcou o reconhecimento da sua dimensão e a necessidade de um esforço concentrado, com vista a promoção da paz e do desenvolvimento na região.

Angola, Burundi, República Centro-Africana (RCA), República do Congo, República Democrática do Congo (RDC), Quénia, Uganda, Rwanda, Sudão, Sudão do Sul, Tanzânia e Zâmbia, integram este órgão regional.

 

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