Economia verde opção de Angola

Fotografia: Kindala Manuel

Fotografia: Kindala Manuel

Angola juntou-se aos países que defendem a utilização de energias limpas e o desenvolvimento de uma economia verde. Esta posição foi manifestada, em Moscovo, pelo ministro dos Petróleos, Botelho de Vasconcelos, que foi um dos intervenientes no Fórum Internacional de Energia.

Botelho de Vasconcelos, que chefiou a delegação angolana, considerou o fórum positivo, na medida em que foi possível colher experiências de outros países no domínio da prospecção, exploração e produção de energia.

 O ministro afirmou que a produção de hidrocarbonetos não convencionais é controversa, pois, ao mesmo tempo que representa o caminho para a independência energética de alguns países, levanta algumas questões no que respeita aos elevados custos e consideráveis riscos ambientais associados à sua extracção.

O director-geral da Organização das Nações Unidas para o Desenvolvimento Industrial, Kandeh Yumkella,  acredita numa transição económica com significativa redução ou baixa emissão de carbono, para salvaguardar o ecossistema e as gerações vindouras.

“A transição para a economia com baixo nível de carbono é um remédio para África, mas as possibilidades e os recursos energéticos são diferentes”, disse Kandeh Yumkella, que traça um quadro sombrio de escassez de energia em algumas regiões de África, onde há um forte recurso à lenha, como fonte de energia.

Kandeh Yumkella reconheceu que é possível alcançar uma economia com reduzida emissão de carbono.  Mas o processo deve ser combinado com outras fontes de energia limpas e alternativas, pois o desenvolvimento das políticas energéticas sustentáveis gera riqueza e desenvolvimento dos países.

O representante das Nações Unidas para a Energia alertou para a necessidade dos países despertarem para as mudanças e os efeitos climáticos operados nos últimos anos e as consequências globais no continente africano. “África paga um preço alto com o aumento da temperatura, que causa danos à população pobre do continente”, referiu.

O vice-ministro da Energia de Moçambique, Jaime Hinedi, disse que o seu país conseguiu alcançar algumas metas significativas no que diz respeito ao crescimento energético.

Aumentou a taxa de acesso à energia em 40 por cento contra os sete por cento de 2005. O país pretende atingir uma matriz energética sustentável, estável e segura e ligar 108 zonas rurais à rede eléctrica. Moçambique depende de importação de petróleo e está sujeito à volatilidade dos preços internacionais e aos desafios de incertezas.

“A nossa expectativa é que o fórum contribua para o reforço do diálogo e da cooperação com os actores do mercado”, disse o vice-ministro moçambicano.

“Temos de ter em conta muitos aspectos para configurar a nova arquitectura energética global”, disse o secretário-geral do Fórum Internacional de Energia (IEF), Aldo Flores Quiroga. Na sua visão, é impossível reformar a arquitectura energética global existente de uma vez só.

Ao mesmo tempo, aconselha os Governos a trabalharem na reestruturação das políticas energéticas para garantirem segurança e sustentabilidade.

O ministro da Energia da Rússia, Alexander Novak, defende a necessidade de ser assegurada a estabilidade e sustentabilidade energética, de modo a proporcionar a diminuição da volatilidade do mercado, um factor que favorece o equilíbrio, ameaça a segurança e, também, o próprio mercado. “Existem muitos problemas que exigem a nossa atenção e decisão “, referiu.

O vice-chefe da administração de Energia da China disse no fórum ser uma tendência objectiva em todo mundo o recurso à economia com menos emissões de gases e defendeu a promoção de uma nova revolução da economia e da energia mundial, encontrando um equilíbrio ambiental. De acordo com projecções, até 2035 a eficiência energética e sustentabilidade vão aumentar.

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