Rendimento sobe na África lusófona

Fotografia: Dombele Bernardo
Angola, Cabo Verde e Moçambique estão entre os dez países africanos com maiores crescimentos do rendimento “per capita” entre 2000 e 2012, enquanto a Guiné-Bissau está no pólo oposto, revela um estudo publicado pela Africa Progress Panel (APP).
A APP reúne dez personalidades africanas que se preocupam com o futuro do continente, incluindo a moçambicana Graça Machel, e é presidida pelo ex-secretário-geral da ONU, Kofi Annan.
O documento, que faz uma análise dos recentes progressos do continente africano e dos desafios que se lhe colocam, conclui que havia 493 milhões de africanos a viver em países com taxas anuais de crescimento “per capita” iguais ou superiores a três por cento, entre 2000 e 2012.
Entre estes países, Angola é o segundo com maior crescimento do PIB “per capita”, com uma taxa anual média de mais de seis por cento, Cabo Verde o quarto e Moçambique o oitavo. No extremo oposto surge a Guiné-Bissau, que com uma taxa de crescimento anual média do PIB “per capita” negativa, surge no sexto pior lugar.
A manter-se este cenário, os guineenses têm de esperar mais de 76 anos para duplicarem o seu rendimento médio por habitante, enquanto os angolanos, cabo-verdianos e moçambicanos duplicam os rendimentos médios em menos de 17 anos, conclui o relatório do African Progress Panel.
Mas os elevados níveis de crescimento económico registados em alguns países africanos não são um bom guia para aferir a severidade da pobreza, sublinha o relatório.
O documento agora divulgado revela ainda que, embora a percentagem de africanos a viver em pobreza extrema tenha diminuído na última década, o número total de pobres aumentou devido ao aumento da população.
A APP alerta ainda que, apesar da pobreza estar a diminuir em África, não está a diminuir tão depressa como noutras regiões do mundo, pelo que, a manterem-se as tendências actuais, África representa 80 por cento dos pobres extremos do mundo até 2030.
Quase metade da população da África Subsaariana – 413 milhões de pessoas – vive actualmente abaixo da linha de pobreza extrema (com menos de um euro por dia).