Endiama prevê produzir 10 milhões de quilates de diamantes

Endiama pretende elevar Angola à posição de terceiro maior produtor de diamantes do mundo

Angola perspectiva produzir, este ano, 10 milhões 55 mil quilates de diamantes e arrecadar mil milhão 417 milhões 755 mil dólares, afirmou, esta segunda-feira, o presidente do Conselho de Administração da Endiama, José Ganga Júnior.

O PCA, que fazia o balanço do exercício 2021/2022, inserido nas celebrações do 41º aniversário da Empresa Nacional de Diamantes de Angola (Endiama, EP), disse que essa previsão supera os 8,7 milhões de quilates produzidos no período passado.

Afirmou ser pretensão de Angola situar-se no terceiro lugar do ranking mundial do sector diamantífero, atrás da Rússia e do Botswana – ambos com uma produção que ronda os 180 milhões de quilates e uma facturação de 12 mil milhões de dólares.

“Angola espera posicionar-se no terceiro lugar, quando forem publicadas as estatísticas sobre diamantes de 2021, e o sétimo lugar em termos de arrecadação de receitas”, sublinhou Ganga Júnior.

Salientou que o país poderá alcançar o terceiro lugar em termos de produção e de facturação, com o incremento das actividades geológico-mineiras, que visam o aumento do conhecimento geológico e da produção de diamantes.

Para o PCA da Endiama, deve-se dar continuidade ao processo de valorização da informação geológico-mineira, da implementação do Laboratório de Microdiamantes de Saurimo e potenciar a Geoangol, para a consolidação dos serviços de geologia, sondagem e laboratório e o início da produção piloto do Projecto Luaxe.

Deve-se ainda dar início à produção dos projectos Cassanguidi, Luembe, Chinguvo, Tchissema e Yetwene, bem como a transformação das cooperativas em empresas de exploração industrial de pequena dimensão e o aumento da participação da Endiama na cadeia de valor do diamante através do fomento da lapidação e da joalharia.

Para o ano de 2022, acrescentou, está previsto ainda o arranque do Centro de Formação Profissional da Endiama em Saurimo, a participação na constituição da Bolsa de Diamantes de Angola, a continuação das acções tendentes à privatização parcial da empresa e a implementação do Fundo de Pensões dos Trabalhadores, no âmbito da protecção social complementar.

Realçou que a diamantífera está actualmente concentrada em acções que visam potenciar as actividades geológico-mineiras, com foco no aumento da produção, bem como na expansão da sua actuação em toda a cadeia de valor do diamante mediante o estabelecimento de parcerias no ramo da lapidação e da joalharia.

Para o alcance desses objectivos, a firma conta com 19 mil 461 trabalhadores, distribuídos por várias profissões e grupos etários, sendo 15 mil 096 com empregos directos e quatro mil 365 indirectos. Deste total, 454 pertencem à Endiama, segundo Ganga Júnior.

Explicou que o programa de retorno à produção própria e ao aumento da produção teve como resultado a continuidade dos trabalhos de investigação geológico-mineira nas concessões de Sangamina e Luachimba e a identificação de 13 novas concessões para a Endiama, bem como a melhoria da estrutura organizativa e operacional das minas de Calonda, Kaixepa, Luembe, Luminas, Lunhinga e Úari.

Actualmente, acrescentou, encontram-se em prospecção 39 projectos (11 primários e 28 secundários), nas províncias da Lunda Norte, Lunda Sul, Moxico, Malanje, Cuanza Sul, Huambo e Bié, e em produção 13 empresas mineiras (três primárias e 10 secundárias), na Lunda Norte e Lunda Sul.

A actividade de exploração semi-industrial conta com 264 cooperativas licenciadas, encontrando-se em funcionamento 62, das quais 29 em prospecção, 33 em produção e as restantes 202 paralisadas.

De acordo com o PCA da Endiama, concluído que está o processo de transferência da função concessionária para a Agência Nacional de Recursos Minerais, encontra-se em curso a preparação da Endiama para a dispersão parcial do seu capital em Bolsa e a privatização das empresas ALFA 5, Enditrade e o Hotel Diamante Luanda.

Disse terem sido já transferidas as sedes da Endiama Minning e da Fundação Brilhante para a cidade do Dundo, província da Lunda Norte, com vista a aumentar a presença da Endiama nas minas e reforçar o acompanhamento social às comunidades.

Igualmente, foi assinado o contrato de investimento mineiro com a Rio Tinto, empresa multinacional do sector da mineração, para exploração do Projecto Chiri, segundo a fonte.

Outras acções evocadas PCA são a aquisição, pela Endiama, da quota de 83% da Ferrangol na Geoangol – empresa de Geologia e Sondagens, constituída pela Stardiam, empresa vocacionada à lapidação de diamantes, com sede em Saurimo, Lunda Sul, bem como negociações para a constituição de outras fábricas de lapidação.

O estudo do programa de fomento agro-industrial do Leste do país, caracterizado pelo desenvolvimento do empreendedorismo e do auto-emprego no domínio agrícultura e da indústria, a ser implementado na Lunda Norte, Lunda Sul e Moxico também foi destacado pelo presidente do Conselho de Administração da Endiama.

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