Ministra da Educação destaca reforço das competências dos professores

Ministra da Educação, Luísa Grilo

A ministra da Educação, Luísa Grilo, destacou, esta quinta-feira, em Paris (França), o reforço das competências dos professores para fazer face ao “novo normal” imposto pela Covid-19.

A ministra, que discursava na 41ª Sessão da Conferência Geral da Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura (UNESCO), afirmou que a retoma das aulas exigiu do Executivo a mobilização de condições didáctico- pedagógicas, de biossegurança e de reforço das competências dos professores, condizentes com as suas necessidades formativas, e acompanhamento do papel da escola.

Luísa Grilo adiantou que, apesar dos constrangimentos de ordem conjuntural, Angola está a implementar, nas mais diversas áreas da sua vida social e económica, um conjunto de programas para o alcance dos 17 Objectivos de Desenvolvimento Sustentável.

De acordo com a governante, o foco é a diminuição das assimetrias regionais, as desigualdades de género e a garantia de um ensino universal e de qualidade para todas as crianças, promovendo a inclusão social e o combate à discriminação.

Para o efeito, apontou o Programa Integrado de Intervenção nos Municípios (PIIM) que, na sua óptica, está a proporcionar o aumento significativo do número de salas de aulas e a consequente redução de alunos fora do sistema de ensino.

A governante deu ainda a conhecer que uma atenção especial está a ser dada às meninas do ensino secundário, incentivando-as, com a concessão de 250 bolsas anuais, a optarem para as áreas das ciências, tecnologias, engenharias e matemáticas e esbater o déficit de género, para além do reforço das competências familiares através de programas de empoderamento da mulher, combate à pobreza, protecção e promoção dos direitos da criança e valorização da família.

Nesta perspectiva, disse, se insere a literacia digital com a existência de 7 milhões de utilizadores de internet e o uso dos mais variados sistemas de informação e comunicação, sobretudo por parte dos jovens que constituem 2/3 da população angolana.

No domínio do ensino superior, ciência, tecnologia e inovação, de acordo com a ministra, o Governo está a apostar num programa de formação de quadros angolanos com elevado desempenho e mérito académico, com o apoio das melhores universidades do mundo onde já foram enviados 443 estudantes, para além da concessão de 190 bolsas de doutoramento e pós-doutoramento destinados aos professores do ensino superior.

Luísa Grilo fez ainda referência ao Programa de Desenvolvimento da Ciência e Tecnologia, cofinanciado pelo Banco Africano de Desenvolvimento, que já garantiu o financiamento de 25 os 45 projectos previstos para este ano.

Na mesma linha, adiantou, está  a criação da Agência Nacional de Financiamento da Ciência, Tecnologia e inovação, cujo propósito é a integração das instituições de investigação e desenvolvimento tecnológico e as instituições do ensino superior em redes internacionais de investigação científica.

Angola, conforme a ministra, apoia as iniciativas, programas e projectos que beneficiem os países africanos, destacando a Estratégia Operacional para a Prioridade  África da UNESCO 2022-2029, por reflectir as aspirações da Agenda 2063 da União Africana e os objectivos de Desenvolvimento Sustentável plasmados na Agenda 2030 das Nações Unidas.

Luísa Grilo avançou, igualmente, ser de maior interesse  a necessidade de se desenvolverem esforços para a inscrição de novos “Sítios África” na Lista do Património Mundial, bem como a preservação  dos  “Sítios” já  inscritos através da cooperação científica, tecnológica e a mobilização de fundos para a dinamização das acções levadas a cabo pelo Fundo do Património Mundial África.

No quadro da agenda de trabalho, Angola apresentou a sua candidatura para o Conselho Executivo da UNESCO.

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