Mulheres unidas mudam o Mundo

Fotografia: Dombele Bernardo
A Primeira-Dama da República, Ana Paula dos Santos, disse ontem, na abertura da Reunião Regional da Internacional Socialista de Mulheres (ISM), que a união vai diminuir muitos males que afligem o mundo, como a violência, a fome e a pobreza.
Ana Paula dos Santos disse que a reunião, cujo tema é “A Visão da ISM após 2015”, vai trazer grandes benefícios, pois “quando as mulheres se unem sempre muda alguma coisa e a ideia deste encontro é precisamente produzir evolução”.
A Primeira-Dama da República realçou o crescimento da agricultura e do papel da mulher rural. “A mulher camponesa, com a sua garra e sabedoria tem feito progressos, justamente porque sabe o que quer e tem tido mais ajuda para desenvolver os seus planos. E é nesta senda que temos caminhado para fazer com que a mulher se sinta mais valorizada, mais autónoma e possa dar uma vida melhor às suas famílias”.
Ana Paula dos Santos definiu a mulher angolana como heroína: “somos herdeiras da força da rainha Ginga, somos mulheres que temos objectivos e lutamos para atingi-los e procuramos fazer sempre o melhor para o nosso país e para a família. Gostava que a juventude se espelhasse nisto, para ter objectivos concretos e não se desviar dessa rota que já foi traçada há muitos séculos, que é defender a dignidade e a honra da mulher angolana.”
A reunião termina hoje e tem como objectivo elaborar estratégias para os desafios que se colocam à mulher em todo o mundo, defender a igualdade dos direitos e o acesso da mulher a todos os sectores da vida económica, política, cultural, social e familiar, combatendo a pobreza, a violência e defendendo o meio ambiente.
Ouafa Hajji, presidente da Internacional Socialista de Mulheres (ISM), no seu discurso, afirmou que as mulheres são sempre consideradas no quadro dos Objectivos do Milénio como “vítimas e vulneráveis”, em vez de serem tidas como agentes para a mudança.
“A igualdade de género foi estabelecida como prioridade mundial, milhares de raparigas e mulheres no mundo continuam a sofrem com a desigualdade e as fortes discriminações sociais e jurídicas” disse a presidente da presidente da Internacional Socialista de Mulheres .
Futuro da mulher
A presidente da ISM disse que 2015 está próximo e os resultados alcançados são muito fracos, com o impacto das mulheres no mundo excessivamente limitado. Este balanço foi confirmado na sessão da UNI-Mulher das Nações Unidas realizada em Março.
“É preciso mudar a agenda após 2015, e tomar em conta as principais fraquezas e objectivos de Desenvolvimento do Milénio que foram traçadas há 20 anos. Essas fraquezas são a igualdade de género e o direito das mulheres no seio da agenda após 2015”. A Internacional Socialista de Mulheres preconiza uma abordagem que tem como prioridade eliminar a violência junto das mulheres, educar e informar para libertar.
Erradicar a pobreza é também outra prioridade da Internacional Socialista de Mulheres.
“As mulheres estão no coração das apostas do mundo. É com as mulheres e pelas mulheres que podemos reduzir a pobreza e a fome, aumentar as instituições escolares, reduzir a mortalidade infantil, melhorar a saúde materna, lutar contra o VIH e promover a durabilidade ambiental, a segurança e a paz”, disse, referindo ainda que a Internacional Socialista de Mulheres está a lutar em todo o mundo pelos direitos da mulher, a sua autonomização, igualdade de género e o fim da violência em todas as suas formas.
Ao abrir o acto, o secretário-geral do MPLA, Julião Mateus Paulo “Dino Matross” disse que em relação aos Objectivos de Desenvolvimento do Milénio, Angola está em fase de execução do Plano Nacional de Desenvolvimento até 2017, que reflecte o programa de governação do partido e tem como prioridades a consolidação da paz e da democracia e preservação da unidade nacional.
A melhoria da qualidade de vida dos angolanos, o apoio ao empresariado nacional e o reforço da inserção competitiva de Angola no contexto internacional, são prioridades do MPLA focadas por Dino Matross, que acrescentou que o Plano Nacional de Desenvolvimento atribui uma especial atenção à criança, aos jovens, à mulher e aos idosos.