AVALIAÇÃO DO ANTI-BRANQUEAMENTO DE CAPITAIS INICIA EM OUTUBRO
O processo de avaliação do sistema anti-branqueamento de capitais, financiamento do terrorismo e proliferação de armas de destruição em massa em Angola inicia em Outubro próximo, anunciou esta quinta-feira, em Luanda, o ministro de Estado para a Coordenação Económica, Manuel Nunes Júnior.
Ao intervir no Workshop de Pré-avaliação Mútua do Sistema Anti-lavagem de Dinheiro, o governante apelou a necessidade do envolvimento coordenado de todas as instituições relevantes nesse processo, para que o país seja bem sucedido durante o período de análise, que vai até meados de 2022.
A avaliação, a ser feita pelos peritos do Grupo de Acção Financeira Internacional (GAFI), visa confirmar o cumprimento e a implementação das recomendações deixadas pelos peritos deste órgão em 2012, período que decorreu a última avaliação de Angola.
Conforme Manuel Nunes Júnior, é necessário assegurar a conformidade técnica das regras e dos procedimentos que Angola segue nesse domínio, assim como garantir a eficácia do sistema de combate ao branqueamento de capitais, financiamento do terrorismo e proliferação de armas de destruição em massa.
“Neste processo de avaliação, temos de ser capazes de demonstrar os progressos que Angola tem evidenciado nesses domínios e deste modo assegurar a confiança do resto do mundo no nosso sistema financeiro”, reforçou.
Considerou a confiança como factor fundamental e imprescindível no mundo dos negócios, pois, sem ela, os níveis de transacções entre os agentes económicos, bem como a actividade de crédito são reduzidos.
No âmbito das reformas em curso no país, o ministro de Estado assegurou que o Executivo está totalmente comprometido para que se tenha o maior sucesso no referido processo de avaliação.
Avançou, igualmente, que a análise dos peritos vai determinar o conhecimento sobre os riscos que Angola enfrenta, assim como mitigar, prevenir e reprimir os crimes envolvidos.
Para a concretização desses objectivos, a Unidade de Informação Financeira (UIF) de Angola promoveu, de 14 a 16 deste mês, na capital do país, um Workshop sobre avaliação mútua do sistema anti-branqueamento de capitais, financiamento do terrorismo e proliferação de armas de destruição em massa.
A acção de treinamento/capacitação dos órgãos da aplicação da lei contou com a participação dos responsáveis da Polícia Nacional, SIC, PGR, tribunais, serviços de inteligência interna e externa, entre outras entidades.
O GAFI é o órgão supervisionado pelo ESAAMLG, grupo de países da África Austral e Oriental, criado para monitorar o progresso dos países, relativamente ao cumprimento e implementação das suas recomendações, concernentes a prevenção e ao combate ao branqueamento de capitais e financiamento do terrorismo.
É constituído por 17 países, nomeadamente, Angola, Botswana, Etiópia, África do Sul, Namíbia, Tanzânia, Ruanda, Seychelles, Swazilândia, Kenya, Zâmbia, Uganda, Moçambique, Malawi, Lesoto, Ilhas Maurícias e Zimbabwe.