Angola joga papel importante na integração económica da CEEAC

PRESIDENTE DA COMISSÃO DA COMUNIDADE ECONÓMICA DOS ESTADOS DA ÁFRICA CENTRAL (CEEAC), GILBERTO VERÍSSIMO
FOTO: CLEMENTE DOS SANTOS
O presidente da Comissão da Comunidade Económica dos Estados da África Central (CEEAC), Gilberto da Piedade Veríssimo, considerou nesta quarta-feira, em Luanda, que Angola poderá jogar um papel importante no processo de integração económica a nível dos 11 países membros.
Durante um encontro que manteve com os empresários angolanos sobre o aumento das trocas comerciais entre os países da CEEAC, Gilberto da Piedade Veríssimo referiu que na comunidade Angola detém o maior Produto Interno Bruto (PIB), facto que poderá torná-lo num motor de integração económica da região.
Porém, o presidente realçou ser necessário ter em conta alguns pressupostos que inviabilizam esses objectivos como a não existência de integração formal, nem física, face à inexistência de vias rodoviárias adequadas, a falta de uma pauta aduaneira comum, que cria dificuldade de entrada e saída de produtos, bem como a inutilização dos três mil quilómetros de costa marítima.
“É necessária a exploração do sector marítimo da região por parte dos empresários, com o surgimento de armadores africanos, com vista a possibilitar integração económica”, referiu.
Face à situação, Gilberto da Piedade Veríssimo disse ser importante que se formalize esses processos de integração social informal que têm se verificado a nível da região, para que se possa integrar a economia.
No quadro da integração económica e financeira, um dos aspectos que norteia a Comissão da Comunidade Económica dos Estados da África Central (CEEAC) tem a ver com a auscultação dos empresários a nível dos países membros para que possam colher opinião do sector privado sobre a criação de um conselho que organize os empresários da região e discuta as prioridades a nível da comunidade.
Neste contexto, a CEEAC pretende ainda criar um centro de acompanhamento do processo de industrialização dos países membros.
“Angola está a industrializar-se, mas é necessário saber qual é a situação dos outros países membros como os Camarões ou o Ruanda, de forma que esse desenvolvimento industrial sirva a região”, referiu.
Para o ministro da Economia e Planeamento, Sérgio dos Santos, embora se viva em tempo de pandemia da Covid-19, isso não pode condicionar a necessidade que os países têm de se desenvolver.
Acrescentou que Angola tem um papel importante a jogar na integração das 11 economias da região, uma vez que têm um espaço de mais seis milhões e 600 mil quilómetros quadrados, com uma população cerca de 175 milhões de habitantes e um PIB acima dos 200 biliões de dólares norte-americano.
Em termos de volume de produção, o ministro da Economia e Planeamento referiu que o país a nível dos 11 membros da CEEAC, representa mais de 50 por cento do PIB de toda região, havendo assim a necessidade, em termos de visão estratégica, de inserir no crescimento a nível da comunidade.
Referentes as condições materiais, Angola conta com o sector privado, com várias indústrias a estabelecerem-se a nível do território, bem como o crescimento da produção nacional, facto que possibilita a promoção da integração que facilita a complementaridade entre sector privado nacional e regional.
Segundo o empresário Gentil Viana, é necessário que o Governo angolano ratifique o acordo de Livre Comércio Regional para que facilite a integração económica a nível da região.
Por sua vez, o presidente da Associação das Empresas de Bebidas, Manuel Sumbula, referiu que os Estados devem se organizar, para que se possa viabilizar as condições para exportação e importação de produtos a nível da região.
A CEEAC é integrada, além de Angola, pelo Burundi, Camarões, Chade, Gabão, Guiné Equatorial, República Centro Africana, República do Congo, República Democrática do Congo, Ruanda e São Tomé e Príncipe.