Centro de apoio à pesca arranca em Julho

Foto: Angop
O centro de apoio à pesca em construção desde Março de 2018 no município do Nzeto, província do Zaire, entra em funcionamento a partir do segundo semestre deste ano.
A entrada em actividades do centro permitirá aos pescadores artesanais locais processar o pescado em condições de higiene apropriadas, quando actualmente o fazem no areal da costa marítima.
Fonte da empresa “CSN-Santiago Neto”, que executa as obras desde Março de 2018, assegurou hoje à Angop que os trabalhos estão na fase final, com 90% de execução física, devendo a infra-estrutura ser entregue no período avançado.
O centro localiza-se nas proximidades do porto pesqueiro local e possui áreas de desembarque, limpeza, processamento e embalagem do pescado com a capacidade acima de 50 processadoras, fábrica de gelo, dois frigoríficos de média dimensão, oficina de reparação de embarcações.
Detém, igualmente, um compartimento que servirá de loja de venda de material de pesca, balneários, gabinetes administrativos e zona para o parqueamento de viaturas.
A construção desta infra-estrutura pesqueira está sob a responsabilidade do Ministério da Agricultura e Pescas, no âmbito do Programa de Apoio à Pesca Artesanal.
Em declarações à Angop, o vice-presidente da Associação dos Pescadores Artesanais do Nzeto, António Seca, disse acreditar que o centro vai dignificar a actividade e acabar com a desordem e a falta de higiene que se registam actualmente no processamento e venda do peixe no porto local.
Valorizou, ainda, o facto de o empreendimento prever uma área para a venda de material de pesca, que deverá encurtar a distância que os armadores locais percorrem para a aquisição destes artefactos na capital do país, Luanda.
Lamentou, entretanto, a ausência de uma área no centro, vocacionada para a formação dos pescadores artesanais em matéria de navegação marítima e do uso de equipamentos a bordo das embarcações artesanais a motor.
Pescadores querem centro de formação
Além do centro de apoio, os pescadores pedem também a construção de um centro de formação profissional para melhor exercerem a sua actividade, segundo o vice-presidente da Associação dos Pescadores Artesanais, António Seca.
Afirmou que, com um centro de formação na região, os filiados teriam mais conhecimento sobre a actividade pesqueira, quer no mar, quer em terra.
Acrescentou que alguns acidentes navais que ocorrem em alto mar da localidade resultam, muitas vezes, por falta do domínio de alguns meios tecnológicos por parte dos armadores, como o manuseamento de bússolas, sondas, sistema de posicionamento global (GPS), entre outras ferramentas indispensáveis para a navegação marítima.
Referiu que o pouco domínio destes equipamentos por parte de muitos filiados tem estado na base de naufrágios, afogamentos, desaparecimento dos pescadores em alto mar e desvios de rotas das embarcações.
A fonte solicitou, também, a construção de uma loja para a comercialização de artefactos de pescas e peças sobressalentes para embarcações, para deixarem de depender de Luanda e Bengo.
Informou que das 310 embarcações artesanais controladas pela sua associação, apenas 30 estão operacionais, enquanto as demais encontram-se avariadas há muitos anos.
A Associação dos Pescadores Artesanais no Nzeto controla 570 armadores.
Na costa marítima do Nzeto abundam espécies como o cachucho, a sardinha, o carapau, a lagosta, a gamba costeira, o camarão, o linguado, o pargo, o pungo, o barbudo, a corvina, a pescada, a garoupa, o atum, o cacusso e o bagre.