País vai aumentar produção de sal

SAL
FOTO: ANTÓNIO ESCRIVÃO
Angola vai produzir, este ano, 120 mil toneladas de sal, contra as 109 mil produzidas em 2019, apesar da pandemia da covid-19 que assola o mundo, informou hoje, quarta-feira, o presidente da Associação dos Produtores (Aprosal), Tottas Garrido.
Segundo o líder associativo, que falava à Angop sobre o impacto desta pandemia no sector salineiro, o país continua a registar níveis satisfatórios de produção.
Tottas Garrido considera que o afastamento dos campos de produção,relativamente aos grandes centros urbanos, está a contribuir para se manter os níveis de produção e as metas preconizadas para 2020 (120 mil toneladas), sem os constrangimentos impostos pelo novo coronavírus.
Para si, o maior constrangimento dos produtores associados, nesta fase, prende-se com as dificuldades de mobilidade, uma situação que está a dificultar o processo de escoamento do sal para as zonas encravadas (sem costa oceânica).
A Aprosal conta com 14 associados em todo país, nomeadamente nas províncias de Benguela, Namibe, Bengo e Cabinda, porém, em todas elas, os campos de produção situam-se, maioritariamente, em zonas rurais, o que facilita a observância das medidas de prevenção da covid-19.
A título de exemplo, informou, os produtores de Benguela movimentaram o pessoal administrativo e técnico com residência nos grandes centros urbanos desta província, substituindo-os por outros com residência fixa nas zonas de produção ou nativos dessas áreas.
“Tem sido uma experiência nova, mas muito boa, pois, os níveis de produção continuam inalterados”, disse.
Para o presidente, essa experiência vai fazer repensar a estratégia do empresariado deste segmento, porque chegou-se a conclusão que muitos operários, se melhor dignificados em diversos aspectos, podem servir melhor as empresas.
“Do ponto de vista económico, fica menos dispendioso, porque os funcionários provenientes dos centros urbanos são mais exigentes e envolvem outros gastos, como viaturas e combustíveis, além de outras regalias de desempenho”, frisou.
Explicou que os associados produziram, em 2019, 105 mil toneladas, acrescidas de mais quatro mil provenientes de pequenos produtores do país, contra uma necessidade global de consumo de 160 mil toneladas de sal/ano.
O responsável referiu que o sal apresenta níveis satisfatórios de saída no mercado interno, com o quilograma a ser vendido a Akz 80 à porta do produtor, uma situação decorrente das medidas de protecção da produção nacional e da empregabilidade, adoptadas pelo governo, assim como restrições na importação.
Ainda neste quesito, Tottas Garrido indicou que a província de Benguela produz cerca de 93 mil toneladas/ano, o que a coloca na liderança da produção nacional de sal.
“Devemos tranquilizar os consumidores. O país tem sal suficiente para o consumo, a grande dificuldade prende-se com o momento especial que o país atravessa, com todas as suas limitações”, afirmou Tottas Garrido, antes de indicar que existe em “stock” pouco mais de nove mil toneladas de sal por escoar.
Disse compreender as limitações de mobilidade impostas, tendo em conta a necessidade de se proteger a vida humana, por isso, apela aos produtores para se informarem, em caso de necessidade, sobre as facilidades financeiras disponibilizadas pelo Executivo, mormente o “Programa de Alívio Financeiro”.
Sobre a propalada exportação para os países vizinhos, nomeadamente os dois Congos e a Zâmbia, o presidente associativo disse que, de modo oficial, nada lhe chegou, porém, admitiu ser possível que existam produtores que “de vez em quando, colocam sal fora das fronteiras nacionais”.
Em 2019, os produtores haviam estabelecido, inicialmente, uma meta de 130 mil toneladas, porém, fruto do contexto e das intempéries naturais (ventos e chuvas), a meta terá sido alterada para uma previsão de 120 mil toneladas/ano, o que terá resultado num défice de 11 mil toneladas.