Segundo lote de ajuda alimentar ao Cunene começa a ser distribuída

Bens alimentares doados à população FOTO: JOSÉ CACHIVA

Bens alimentares doados à população
FOTO: JOSÉ CACHIVA

11 Dezembro de 2019 | 10h43 – Actualizado em 11 Dezembro de 2019 | 10h43

As duas mil e 400 toneladas de produtos alimentares que chegaram terça-feira à província do Cunene para acudir às vítimas da seca na região começaram hoje (quarta-feira) a ser distribuídos à população.

Trata-se do segundo lote de ajuda alimentar composto por fuba de milho, óleo, arroz, sal, leite, bolachas, sumos e conservas apar suprir os efeitos da seca que assola o sul do país desde Outubro de 2018.

No primeiro lote foram 300 toneladas de bens diversos.

Em declaração à Angop, a vice-governadora para o sector Político, Social e Económico, Suraya Mateus Kalongela, disse que o Curoca, devido a particularidades como distância e as condições de acesso, foi contemplado em primeiro, enquanto o Cuanhama, Cuvelai, Namacunde Ombadja e Cahama, vão receber de forma sequencial.

“O município do Curoca que tem cerca de 90 porcento da população afectada pela seca”, disse.

O Cunene vive, desde Outubro de 2018, uma acentuada crise, com 880 mil e 172 pessoas e um milhão de cabeças de gado afectados pela seca, que já causou a morte de 30 mil cabeças, entre bovino, caprino e suíno.

No âmbito do plano de emergência de combate à seca e à fome, a província do Cunene beneficiou, este ano, de 3.9 mil milhões de kwanzas disponibilizados pelo Executivo que permitiu adquirir bens diversos.

Devido a escassez de chuva, a campanha agrícola 2018/2019 no Cunene ficou comprometida, sem colheita nos 205 mil hectares onde estiveram envolvidos 99 mil camponeses.

As autoridades locais contam, actualmente, com 20 camiões cisternas e 400 reservatórios espalhados pelo território da província, para a distribuição de água às populações.

Está também em curso a reabilitação de 171 furos de água, uma média de 28 furos por cada município, num total de seis circunscrições.

A seca no Cunene é um fenómeno cíclico, que remonta a 1995. Desde aquele ano, a cada cinco anos vai ressurgindo com intervalos de período de cheia.

A seca deste ano é a mais devastadora dos últimos 24 anos da história do Cunene.

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