Perdão e reconciliação abrangem todas as vítimas

FRANCISCO QUEIROZ – COORDENADOR DA COMISSÃO PARA IMPLEMENTAÇÃO DO PLANO DE RECONCILIAÇÃO EM MEMÓRIA DAS VÍTIMAS DOS CONFLITOS POLÍTICOS
FOTO: JOAQUINA BENTO
15 Novembro de 2019 | 17h09 – Actualizado em 15 Novembro de 2019 | 17h14
O coordenador da Comissão para Implementação do Plano de Reconciliação em Memória das Vítimas dos Conflitos Políticos, Francisco Queirós, afirmou hoje, sexta-feira, em Luanda, que o perdão e reconciliação abrange todas as vítimas de conflitos políticos e qualquer forma de manifestação, ocorridos de 11 de Novembro de 1975 a 4 de Abril de 2002.
Francisco Queirós, que falava na 7ª reunião da referida comissão, realçou o clima de concórdia que tem norteado as sessões de trabalho.
Na reunião, foi apreciado o projecto de Decreto Presidencial sobre Emissão de Certidões de óbito e as contribuições da Associação das Mulheres de Carreira Jurídica ( AMCJ), tendo recomendado que os dois documentos sejam enviados para avaliação junto da instancia competente para o efeito.
Referiu que uma vez aprovado o decreto, o próximo passo da comissão será a emissão das certidões de óbito a todas as vítimas dos conflitos políticos.
De acordo com o comunicado saído da reunião, os ex-membros do Serviço de Informação e Segurança do Estado (SINSE) manifestaram preocupações relativamente ao juízo que se fez da actuação dos órgãos de segurança no contexto em que se inseriram certos acontecimentos, tendo apelado para que o discurso fosse de reconciliação e que o conceito de vítima não fosse restringido, mas sim abrangente.
Nesta senda, o coordenador convidou os ex-membros do SINSE a participarem nas reuniões da Comissão e, desse modo, ajudarem a construir a reconciliação e o perdão dos espíritos de todos os angolanos.
A comissão apreciou, igualmente, o regulamento da Comissão de Averiguação e Certificação de Óbitos das Vítimas dos Conflitos Políticos e recomendou que o documento seja aprofundado, num prazo de 15 dias, para voltar a ser apreciado e posterior aprovação.
A comissão tomou conhecimento da informação referente a data para a apresentação do Plano de Acção simultaneamente nas 18 províncias do país, no dia 10 de Dezembro, que coincide com o Dia Internacional dos Direitos Humanos.