Recenseamento Agro-pecuário arranca em Fevereiro de 2020

GADO BOVINO NO PLANALTO DE CAMABATELA (ARQ)
FOTO: ESTEVÃO MANUEL
01 Novembro de 2019 | 15h50 – Actualizado em 01 Novembro de 2019 | 15h50
O Recenseamento Agro-pecuário e Pesca (RAPP) arranca em Fevereiro próximo e termina em Dezembro de 2020, para recolha, processamento e disseminação de dados da produção pecuária e piscatória do País, anunciou esta sexta-feira, em Luanda, o coordenador-geral adjunto do recenseamento, Anderson Jerónimo.
Para a realização do recenseamento, o Instituto Nacional de Estatística (INE) dispõe de cerca de 25 milhões dólares norte-americanos para o referido processo, financiado pelo Banco Mundial, sendo que 583 mil e 854 dólares para a fase piloto, USD 18 milhões e 402 mil para o RAAP principal e seis milhões e 12 mil dólares para inquéritos complementares.
Para este trabalho, o Instituto Nacional de Estatística (INE) vai aplicar mais de 731 milhões de kwanzas para pagar salários aos recenseadores RAPP 2018/2019.
Cada recenseador vai receber 90 mil kwanzas/mês, bem como uma merenda de AKZ 1.500 e 10 mil se passar a noite numa aldeia, entre outros subsídios devidamente assegurado para o processo, que vai reunir 825 recenseadores, durante os cinco meses de trabalho.
O consultor do secretário de Estado para Agricultura e Pecuária e Coordenador técnico do RAPP, Domingos Manuel da Silva, referiu que o recenseamento vai fazer várias fotografias sobre estrutura produtiva o sector agrícola, pecuária e piscatória, bem como o que o País tem nesses três sectores, assim para “termos uma fotografia da realidade das aldeias do país, desde as infra-estruturas, incluindo as vias de acesso”.
O RAPP 2018/2019 foi aprovado pelo Decreto Presidencial nº 189/18, de 7 de Agosto, que estabelece as normas para a sua realização, e o Decreto nº 194/18, de 20 de Agosto.
Para o trabalho, deverão ser utilizadas 230 viaturas, sendo que 114 estarão distribuídas a igual número de equipas técnicas.
Antes de entrar em campo, o RAPP realizou uma experiência piloto em cinco províncias, Cuanza Sul, Benguela, Uíge, Cunene e Moxico.
O trabalho piloto foi executado por 70 recenseadores, divididos em 10 equipas. Nesta fase, foram aplicados quatro tipos diferentes de questionários: de listagem dos agregados familiares nas aldeias e secções censitárias; comunitário ou das aldeias; das explorações agro-pecuárias e piscatórias familiares; e das explorações modernas ou das médias e grandes empresas agro-pecuárias e agrícolas.
Próximas etapas
O RAPP será realizado em quatro momentos, começando pela aplicação do questionário comunitário ou das aldeias para identificação das infra-estruturas e serviços básicos, caracterização de fenómenos meteorológicos anormais e dificuldades para produzir e escoar produtos do campo.
Em seguida, será o momento da aplicação do questionário de listagem dos agregados familiares, para identificar e localizar os que se dedicam por conta própria à actividade agro-pecuária e piscatória.
As duas outras etapas serão para a aplicação do questionário das explorações familiares para caracterizar as explorações, uso da terra e as práticas agrícolas e, por fim, a aplicação do questionário das explorações empresariais.
Em Fevereiro de 2020 inicia o módulo comunitário ou das aldeias e o módulo de listagem dos agregados familiares, com duração de três meses.
Em Junho de 2020, o foco será o módulo das explorações agro-pecuárias e piscatório e o módulo das explorações modernas ou das empresas (duração de dois meses).
Segundo dados da equipa técnica do INE, para os questionários comunitário ou das aldeias e de listagem serão visitadas todas as aldeias do país e todos seus agregados familiares.
Para o questionário da exploração familiar, o universo estimado é de mais de dois milhões e 700 mil agregados, em todo o país.
Já entre os que praticam actividade agrícola por conta própria, a amostra será de 52 mil e 552 famílias.