Economia acelera nos próximos anos

Fotografia: Nuno Flash

Fotografia: Nuno Flash

As maiores economias de África, em que se inclui Angola, Nigéria e África do Sul acelera o crescimento entre  2017 e 2018, altura em que os preços das matérias-primas estabilizam e as reformas em curso devem dar maiores frutos, refere um relatório do Banco Mundial divulgado ontem, em Nova Iorque.

O Banco Mundial diz que com a rápida urbanização em África, vislumbra-se uma “janela de oportunidade” para usar o potencial das cidades como motores de crescimento económico. As economias da África Subsaariana devem aumentar ligeiramente o crescimento este ano para 3,3 por cento, e aceleram depois nos dois anos seguintes para 4,5 por cento, calcula o Banco Mundial.
“Com os preços das matérias-primas a  permanecerem baixos perante uma recuperação gradual na actividade global, o relatório “O Pulso de África” prevê que o crescimento médio na região fique limitado a 3,3 por cento em 2016”. O Banco Mundial  coloca assim a previsão para este ano em menos de metade da média entre 2003 e 2008.

Pulso de África

O Banco Mundial refere que a actividade económica na África Subsaariana desacelerou em 2015, com um crescimento médio do Produto Interno Bruto, PIB, de três por cento, em comparação aos 4,5 por cento de 2014. O número significa que o ritmo de expansão caiu aos índices mais baixos desde 2009. Os dados estão destacados na análise semestral do Banco Mundial  “Pulso de África”.  A previsão de crescimento para 2016 permanece nos 3,3 por cento, muito abaixo do avanço “robusto” de 6,8 por cento da riqueza  que a região manteve no período de 2003 a 2008.  De forma geral, a expectativa é de que o crescimento acelere entre  2017 e 2018 para 4,5 por cento. A queda nos preços das matérias-primas, particularmente o petróleo, que caiu 67 por cento entre Junho de 2014 e Dezembro de 2015, e um crescimento global fraco, especialmente nas economias emergentes, estão por trás da performance da região. O Banco Mundial refere que, em algumas ocasiões, o impacto destes baixos preços foi agravado por condições domésticas como escassez de electricidade, incerteza política, seca e ameaças de segurança. O órgão ressaltou alguns lugares onde o crescimento continuou a ser “robusto”, como a  Costa do Marfim, Quénia, Ruanda e Tanzânia.
O vice-presidente do Banco Mundial para África, Makhtar Diop, disse que “enquanto os países se ajustam a um ambiente global mais desafiador, são necessários esforços mais fortes para mobilização de recursos”.
Angola apresentou um pedido de ajuda externa ao Fundo Monetário Internacional (FMI), com vista a aplicar políticas macroeconómicas e reformas estruturais que diversifiquem a economia e respondam às necessidades financeiras do país.
O Ministério das Finanças refere que Angola está empenhada na diversificação económica com o apoio do FMI”, numa altura em que “o governo está consciente da forte dependência que o sector petrolífero representa para a vulnerabilidade das finanças públicas e para a economia.
“Os esforços sustentados desde há muitos anos para promover a diversificação económica já resultaram num significativo aumento da contribuição do sector não petrolífero no PIB para os 68,1 por cento actuais, contra 40 por cento dos anos 80, mas o petróleo representa ainda mais de 95 por cento das receitas das exportações e 52 por cento da receita fiscal em 2015”, lê-se no comunicado.

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