Café Ginga é exportado para vários mercados

Fotografia: Domingos Fernandes

Angola exportou em Fevereiro deste ano 12 toneladas de Café Ginga para o Senegal, depois da empresa Angonabeiro ter comercializado o produto no mês anterior em Cabo Verde.

Com a internacionalização da marca, a empresa vem dar provas da qualidade do café angolano e mostrar que pode ser vendido em vários mercados mundiais, afirmou José Carlos Beato, director-geral do grupo em Angola. “Quando criámos a marca Ginga, pensámos inicialmente no consumidor angolano, mas sentimos que a qualidade do produto ganhou fama noutros mercados e por isso demos início ao processo de internacionalização”, acrescentou.
A aposta da empresa nos mercados africanos confirma o renascimento da indústria do café, depois da acentuada queda da produção e exportação a partir de 1976. Para chegar a este ponto, a empresa iniciou em 1998 a recuperação de infra-estruturas, investiu em equipamentos e na formação profissional, ao mesmo tempo que estimulava a cafeicultura. O passo seguinte foi dado com a criação de uma rede comercial, que abrange um conjunto de pontos de venda em todo o país, acompanhada por estímulos ao consumo do café angolano. Apesar da crise económica que o país enfrenta, a empresa continua empenhada no crescimento da agricultura e da indústria nacional, com a valorização de um produto de consumo interno e de exportação. A Angonabeiro estabeleceu relações comerciais com um vasto número de produtores nacionais, que asseguram o fornecimento regular de café. Deste negócio dependem mais de 20 mil famílias, revelou José Carlos Beato.
A empresa é subsidiária do Grupo Nabeiro, líder do mercado de café em Angola, Moçambique e Portugal. A sua relação com Angola remonta à época em que o país ocupava um lugar de relevo na produção mundial de café. No final dos anos 90, quando se aproximava o fim do conflito armado, o grupo empresarial português foi convidado pelo Governo de Angola a participar na reabilitação e reactivação de uma antiga unidade industrial, com o objectivo de relançar a produção do Café Ginga, cem por cento nacional.
A imagem da marca é icónica e apelativa, simbolizada pela Rainha Ginga, uma das figuras mais importantes da História de Angola. O produto tem, por isso, uma profunda ligação emocional ao consumidor angolano.