Novo Acordo Climático será guia de desenvolvimento para o futuro
A ministra do Ambiente, Fátima Jardim, considerou hoje, em Luanda, que o Novo Acordo Climático, a ser assinado na 21ª conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP/21), será uma espécie de guia de desenvolvimento para o futuro.
Segundo a governante, que falava na abertura do workshop sobre Alterações Climáticas, numa parceria entre o Ministério do Ambiente e a delegação da União Europeia, referiu que o acordo vai estabelecer os princípios bases para as partes seguirem durante as próximas décadas.
“Este acordo para nós não pode ser uma probabilidade, mas temos todos que assumirmos os riscos climáticos como perspectiva de fomento da economia de baixo carbono com novas abordagens de colaboração e troca de experiências”, sublinhou.
Acrescentou que o mesmo acordo constituirá ajuda e financiamento para se elevar os compromissos e transformar a transição com acções justas e vinculativas ao princípio de responsabilidades comuns, mas diferenciadas.
Segundo afirmou, a ciência já mostrou que limitar o aumento da temperatura global até 2º C não será suficiente para evitar os efeitos catastróficos das alterações climáticas, principalmente para os países menos avançados, que têm menos capacidades de adaptação, conforme reconhecido pelo artigo 4,9 da Convenção.
Diante do embaixador da delegação da União Europeia em Angola, Gordon Kricke, Fátima Jardim defendeu a estabilização das emissões de gases de efeito de estufa, conforme o objectivo da mesma, para que no final do século não se tenha um aquecimento global superior a 1.5º C em relação aos níveis do período pré-industrial.
“Não nos esquecemos que as transformações decorrentes das alterações climáticas serão severas e provavelmente irreversíveis”, alertou a ministra.
De acordo com a ministra, a adaptação, o financiamento, a transferência e desenvolvimento de tecnologias, a construção de capacitação, a visão a longo prazo dos compromissos de mitigação e o mecanismo sobre perdas e danos, são aspectos que devem ser salvaguardados no Novo Acordo Global Climático.
O evento contou com a participação de representantes do Executivo angolano, de organizações internacionais e da sociedade civil, que abordaram temas ligados às alterações climáticas, aos desafios de Angola e às expectativas do país e da União Europeia, para a Conferência das Nações Unidas sobre mudanças climáticas.