Eugénio Laborinho está em Timor-Leste

Fotografia: Eduardo Pedro

Fotografia: Eduardo Pedro

O secretário de Estado do Interior, Eugénio Laborinho, encontra-se há uma semana na cidade de Díli, Timor-Leste, onde participa amanhã na IV Reunião dos Ministros do Interior e da Administração Interna da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP).

Integram a delegação angolana, o comandante-geral da Polícia Nacional, comissário-geral Ambrósio de Lemos, o comandante do Serviço Nacional de Protecção Civil e Bombeiros, comissário António Vicente Gimbe, e o chefe do Posto de Comando Central da Polícia Nacional, Caetano Kiari.
Os responsáveis da Administração Interna e do Interior de Angola, Portugal e Timor-Leste apelaram a mais colaboração e troca de experiências para fortalecer a capacidade de interajuda entre os Estados membros da CPLP na resposta e gestão de crises civis.
O tema marcou o arranque na quinta-feira de um seminário sobre o papel da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP) na segurança humana e nacional e que antecedeu a IV reunião dos Ministros da Administração Interna e do Interior da CPLP, que se realiza hoje em Díli.
Ao intervir no encontro, o comissário-chefe Caetano Kiari disse que é “essencial trocar experiências sobre como cada país melhor responde às crises internas ou em missões de apoio noutros países”.
“A CPLP deve ser promotora da cooperação mútua das forças de segurança dos países em matéria de gestão civil das crises”, afirmou o responsável da Polícia Nacional.
Caetano Kiari recordou, no caso de Angola, a experiência em gestão de crises internas, como as enxurradas em Benguela, em Maio deste ano, ou a participação em missões na Guiné-Bissau, na Guiné Equatorial ou integrando outras missões de paz.
Timor-Leste também já tem experiência neste campo, como destacou o superintendente assistente Ismael da Costa Babo, chefe do Gabinete Coordenador para a Cooperação e Relações Internacionais da Polícia Nacional de Timor-Leste (PNTL), referindo-se ao apoio à Guiné-Bissau.
Babo, que mencionou ainda a resposta das forças de segurança timorenses à crise de 2006 em Timor-Leste, insistiu que se está numa nova era de “conhecimento”, sem o qual “não é possível garantir o desempenho adequado das instituições”.
“Temos que partilhar estes conhecimentos entre todos. No caso das forças e serviços de segurança temos de dar prioridade à eficácia e eficiência, num novo modelo de confiança com os cidadãos”, disse Babo. “É uma tarefa difícil e complexa mas que tem que ser assumida numa perspectiva dupla, activa e proactiva. Criando pontes dinâmicas para responder às mais significativas mudanças que a nova realidade exige”, disse ainda.
Neste quadro, Babo referiu-se à eventual criação de uma força conjunta de segurança da CPLP “para responder a desastres naturais ou em apoio humanitário”.
Para o tenente-coronel Paulo Silvério, chefe da Divisão de Planeamento Estratégico e Relações Internacionais da Guarda Nacional Republicana, de Portugal, a interoperabilidade dos vários Estados membros da CPLP é “fundamental e crucial” para melhor responder às crises. Paulo Silvério referiu que se trata de “intervir mas também acompanhar, depois, a reconstrução da sociedade em crise”, o que exige a “edificação conjunta de capacidades para serem proficientes no seio da CPLP” na resposta à crise. “Temos que analisar o que temos e do diferencial perceber o que não temos, estabelecendo prioridades e estratégias para conseguir colmatar isso”, disse, recordando que há “oportunidades de captação de fundos europeus” para ajudar esta tarefa na CPLP.

 

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