Chefes militares e de segurança estiveram reunidos em Luanda

Fotografia: Kindala Manuel

Fotografia: Kindala Manuel

Os ministros da Defesa dos países membros da Conferência Internacional para a Região dos Grandes Lagos (CIRGL) reúnem-se hoje em Luanda para analisar a segurança, defesa e estabilidade da região.

Os chefes do Estado-Maior General e dos Serviços de Inteligência dos países da Conferência Internacional dos Grandes Lagos prepararam ontem a reunião extraordinária do Comité de Ministros da Defesa, que decorre hoje no quadro dos encontros ordinários da Conferência Internacional para a Região dos Grandes Lagos.
O chefe do Estado-Maior General das Forças Armadas Angolanas, general Sachipengo Nunda, garantiu que Angola dedica atenção, no segundo ano de mandato da CIRGL, às situações de conflitos prevalecentes noutros Estados da região. Sachipengo Nunda disse que a prioridade é dada à análise dos passos que permitam impulsionar as decisões tomadas pelas partes em conflito, a fim de se manter o clima de paz e estabilidade.
O chefe do Estado-Maior General garantiu que as situações de instabilidade no Burundi e no Sudão do Sul vão merecer maior atenção. “Vemos que existe uma aproximação e uma vontade de ultrapassar as divergências que há entre as partes e a vontade de terminar a crise. É necessário que se estabeleça a confiança mútua entre as partes”, disse.
O general de Exército disse que, no primeiro ano de mandato na Conferência Internacional para a Região dos Grandes Lagos, Angola deu prioridade à situação de conflito no leste da República Democrática do Congo. Sachipengo Nunda disse que as partes em conflito se empenharam no desarmamento, desmobilização, regresso aos países de origem e a reintegração social dos rebeldes e dos seus familiares.
O chefe do Estado-Maior General das Forças Armadas Angolanas disse que a operação na RDC não é fácil devido ao vasto espaço em que decorrem as operações, as condições no terreno e aos métodos de actuação das forças rebeldes.
Sachipengo Nunda disse que, quando a missão for cumprida, a estabilidade e o desenvolvimento daquela região da República Democrática do Congo fica garantida. O chefe do Estado-Maior General fez uma breve análise à situação de Angola. Sachipengo Nunda disse que o país se mantém estável. O general disse que ainda há factores internos e externos que afectam a dinâmica da reconstrução do país, a situação económica e social das populações.

Preocupação com o Burundi

O secretário executivo da Conferência Internacional para a Região dos Grandes Lagos, Alphonse Ntumba Luaba, disse na sessão de abertura dos trabalhos, que a situação mais preocupante é o conflito pré-eleitoral no Burundi, a situação humanitária na República Centro Africana e na República Democrática do Congo (RDC).
O secretário executivo da Conferência Internacional para a Região dos Grandes Lagos reconheceu o empenho do Chefe de Estado José Eduardo dos Santos na resolução de conflitos em África e apelou aos Estados membros da comunidade regional para continuarem com o mesmo empenho na pacificação da região. Participaram no encontro representantes da República Democrática do Congo, Ruanda, Burundi, República Centro Africana, Angola, Sudão do Sul, Zâmbia, Quénia, Tanzânia e Congo.

Clima de segurança

Os ministros das Relações Exteriores e dos Negócios Estrangeiros da Conferência Internacional da Região dos Grandes Lagos (CIRGL) reúnem-se na próxima sexta-feira em Luanda, precedida, hoje, de uma reunião extraordinária do Comité de Ministros da Defesa da CIRGL.
As reuniões têm como objectivo analisar a actual situação de segurança que prevalece  na região dos Grandes Lagos e preparar a Cimeira Extraordinária dos Chefes de Estado e de Governo da Conferência Internacional dos Grandes Lagos. Angola é presidente em exercício da Conferência Internacional da Região dos Grandes Lagos desde Janeiro de 2014.
A Conferência Internacional dos Grandes Lagos é constituída, actualmente, por  12 Estados, Angola, Burundi, República Centro Africana, Congo, República Democrática do Congo, Quénia, Uganda, Ruanda, Sudão, Sudão do Sul, Tanzânia e Zâmbia.
A Conferência Internacional dos Grandes Lagos foi criada em Novembro de 2004, com a assinatura da Declaração de Dar-es-Salam sobre a Paz, Segurança, Democracia e Desenvolvimento na Região do Grandes Lagos.
Em Dezembro de 2006, dois anos depois da adopção da Declaração de Dar-es-Salam, os Chefes de Estado e de Governo reuniram-se em Nairobi para a assinatura do pacto sobre a paz, a estabilidade e o desenvolvimento na região dos Grandes Lagos.

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