Criadores de gado têm apoios estatais

Fotografia: Arimateia Baptista

Fotografia: Arimateia Baptista

O ministro da Agricultura, Afonso Pedro Canga,afirmou sábado no Lubango que o Estado gasta, anualmente, 500 milhões de dólares na importação de 100 mil toneladas de carne bovina, situação que se quer inverter.

Afonso Pedro Canga, que falava num encontro com fazendeiros da Huíla, acto que marcou o 11º aniversário da criação da Cooperativa de Criadores de Gado do Sul de Angola (CCGSA), assinalado no sábado, disse que o montante gasto é bastante avultado e pressiona as reservas cambiais do país.
O ministro esclareceu que o consumo de carne no país tem aumentado, sendo o Estado forçado a vender divisas aos importadores para que o produto chegue às famílias. Por isso, defendeu que se tomem medidas para acabar com a situação, aumentando a produção nacional.
O ministro informou que o Presidente da República, José Eduardo dos Santos, manifestou-se preocupado com este problema e deu algumas orientações, que foram aprovadas na 4ª reunião conjunta da Comissão Económica e da Comissão para Economia Real do Conselho de Ministros.
As medidas aprovadas, disse Afonso Pedro Canga, visam aumentar a produção interna de carne bovina, através de um projecto que vai ser executado em cada quatro anos, na perspectiva de satisfazer as necessidades crescentes da população.
A intenção do projecto é aumentar a qualidade e quantidade da carne produzida em Angola, começando pelo reforço dos criadores e empresários agro-pecuários que possuem fazendas devidamente estruturadas e com capacidade de fornecerem animais aos matadouros.
Afonso Pedro Canga esclareceu que os empresários beneficiários do projecto vão ter o compromisso de canalizar o gado para abate para os matadouros industriais, a instalar em todas as províncias e com os requisitos necessários.
O projecto, precisou Afonso Pedro Canga, vai ser financiado por uma linha de crédito aberta nos diferentes bancos seleccionados, com especialistas da área da pecuária, para incentivar os fazendeiros devidamente estruturados.
Depois do projecto ser financiado, disse o ministro, o empresário deve assumir as suas responsabilidades, porque vai haver rigor no controlo e fiscalização por parte dos técnicos do Ministério da Agricultura, que devem imprimir disciplina no processo, em parceria com as cooperativas.
O ministro apelou aos fazendeiros para apostarem na formação de técnicos, pois, avisou, aqueles que não possuírem pelo menos dois especialistas na área de pecuária, vão ser excluídos do projecto.
A Cooperativa de Criadores de Gado do Sul de Angola (CCGSA) controla actualmente 64 filiados, distribuídos pelas províncias da Huíla, Namibe, Cunene, Benguela, Huambo e Cuanza Sul.
Os fazendeiros realizaram várias actividades, com destaque para uma feira e leilão de animais, e previam vender  mais de 500 cabeças de gado bovino, caprino, suíno e ovino.

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