37 polícias morreram em serviço nos últimos três anos

WALDEMAR JOSÉ, PORTA-VOZ DO MINISTÉRIO DO INTERIOR E DA COMISSÃO DE DEFESA E SEGURANÇA CONTRA A COVID-19
FOTO: OSVALDO PEDRO
Cento e 29 efectivos da Polícia Nacional foram vítimas de disparo de arma de fogo, nos últimos três anos, dos quais 37 culminaram em morte e 92 acabaram feridos, informou sábado último, em Luanda, o porta-voz do Ministério do Interior, Waldemar José.
Referiu ainda que no dia 11 deste mês um cidadão, residente no município do Cazenga, em Luanda, atirou um objecto contundente a um efectivo da Polícia Nacional, que corre o risco de ficar sem um dos olhos, por este ter tentando aconselhar um grupo de jovens a evitar aglomerados.
Ainda em Luanda (no bairro Marçal), narrou, um grupo de indivíduos agrediu um sub-chefe da Polícia Nacional, que fracturou o membro superior esquerdo, por sensibilizar os cidadãos a cumprirem com o distanciamento recomendado pelas autoridades sanitárias.
Ao intervir no habitual ponto de situação sobre a evolução da covid-19 em Angola, referiu que em Viana, um polícia também foi atingido no rosto com um disparo feito por um grupo de meliantes que faziam assultos.
Segundo o oficial, o mesmo cenário verificou-se nas imediações da Cadeia Central de Luanda (CCL), quando as forças de defesa e segurança, em pleno patrulhamento, depararam-se com indivíduos que estavam a roubar uma viatura, e dispararam contra um dos efectivos.
Detenções
Na ocasião, Waldemar José recordou ainda a detenção de oito cidadãos, por cometerem vandalismo e arruaça durante o acto de manifestação dos taxistas em Cacuaco.
Nas últimas 24 horas, referiu o porta-voz do Ministério do Interior, só em Luanda foram detidos 51 cidadãos, por conduzirem viaturas com uma taxa de álcool no sangue elevada.
Segundo o sub-comissário, as fronteiras do país estão seguras, tendo em conta o número de cidadãos que são detidos todos dias, por tentarem violar os limites do território nacional.
A título de exemplo, argumentou, mais de 140 cidadãos que tentaram entrar e sair de Luanda foram detidos, durante o período de Estado de Emergência que vigorou de Março a Maio deste ano no país.
Boa nova para moto-taxistas
De acordo com Waldemar José, o serviço de moto-taxi já pode funcionar a nível das 17 províncias, com excepção para Luanda, que ainda se encontra em cerca sanitária.
Para o exercício dessa actividade, avançou, os mototaxistas devem fazer o uso obrigatório da máscara facial e desinfectar as mãos e a motorizada, uma medida que também deve ser exigida aos passageiros.
Quanto aos transportes urbanos de passageiros e táxis, adiantou que devem funcionar apenas das 5h00 às 00h00.
Relativamente a lotação desses táxis, explicou que uma viatura com lotação máxima de 15 lugares deverá levar apenas 11 pessoas; o de 12 deve carregar nove, enquanto o de nove carrega seis passageiros.
“Essas medidas constam do Decreto Executivo Conjunto n° 180/20, de 12 de Junho, dos Ministérios do Interior, da Saúde, dos Transportes e da Cultura, Ambiente e Turismo, que complementam as medidas contidas no Decreto Presidencial que determina a Situação de Calamidade Pública.
Caso suspeito foragido
Por outro lado, o porta-voz confirmou a localização do cidadão suspeito à covid-19 (contacto directo de um dos casos positivos na Clínica Multiperfil), que esteve desaparecido, nos últimos dias, em Luanda.
Apelou a população a ficar tranquila, porque o suspeito está sob controle das forças de defesa e segurança nacional, tendo já sido feita a recolha de amostras desse cidadão, para nos próximos dias saber-se da sua condição clínica.
“O cidadão suspeito está circunscrito numa residência que está controlada pelas forças de Defesa e Segurança”, assegurou.