UNICEF apoia combate à desnutrição no Sul de Angola

LOGOTIPO DA UNICEF FOTO: GOOGLE DIVULGAÇÃO

LOGOTIPO DA UNICEF
FOTO: GOOGLE DIVULGAÇÃO

O UNICEF disponibilizou mais 9.600 caixas de suplementos nutricionais destinadas às províncias do Cuando Cubango, Cunene, Huíla e Namibe, para apoiar as intervenções de resposta nutricional resultantes de períodos de secas cíclicas no Sul de Angola.

Os suplementos nutricionais diversos vão servir para reforçar os programas provinciais de combate à desnutrição e as actividades que têm sido desenvolvidas pelos governos locais, particularmente neste período de resposta à Covid-19, beneficiando mais de 10 mil crianças menores de cinco anos.

Segundo uma nota de imprensa da instituição enviada à ANGOP, o  UNICEF está a apoiar o Governo de Angola, em particular os Governos Provinciais no Sul do país, no desenvolvimento de pacotes de actividades de resposta à emergência que incidem nos sectores de saúde e nutrição, água, saneamento e higiene, protecção da criança, mudança de comportamento e envolvimento comunitário.

Conforme a organização internacional, estas actividades assentam numa estratégia mais ampla para estabelecer a ligação da resposta às emergências com uma agenda de desenvolvimento social local.

Indica que, de Janeiro a Junho, foram capacitados mais de 300 técnicos de saúde para fornecer serviços de despistagem e tratamento da desnutrição aguda e prestar aconselhamento sobre práticas de alimentação infantil e suplementação com micronutrientes para os pais e encarregados de crianças pequenas.

Em 2019, com fundos da Central das Nações Unidas para as Emergências (CERF), o apoio do UNICEF e das ONG’s Visão Mundial, Acção para o Desenvolvimento Rural (ADRA) e People In Need contribuiu despistar, para a desnutrição, 232 mil crianças menores de cinco anos, por meio da intervenção de mais de mil agentes comunitários e técnicos de saúde capacitados nas províncias do Cunene, Huíla, Bié e Namibe.

Do número de crianças diagnosticadas, mais de 23 mil  foram tratadas para a desnutrição aguda moderada e pelo menos 7.800 crianças tratadas para a desnutrição aguda grave, em 28 Unidades Especiais de Nutrição e 210 Unidades Sanitárias com programas de tratamento ambulatória equipadas com suprimentos nutricionais e materiais de diagnóstico.

Adianta que as actividades desenvolvidas no Sul do país têm contado com o financiamento da Central das Nações Unidas para as Emergências (CERF), do Banco de Fomento de Angola, por meio da abordagem Porto Seguro e do Governo do Japão, cujo apoio, para além de servir para comprar suplementos nutricionais, prevê garantir que 16 mil  crianças menores de cinco anos tenham acesso à prevenção e rastreio da desnutrição aguda.

Doze mil  crianças em idade escolar beneficiam de acções de desparasitação e suplementação com micronutrientes.

Angola é um país propenso a secas cíclicas que afectam, sobretudo, as províncias do Sul e de forma mais severa nas zonas semi-áridas do Cunene, Huíla e Namibe. A seca no Sul vem-se exacerbando, à medida que as chuvas do último ano foram escassas e irregulares, e, de igual modo nos últimos três anos, foram registadas as temperaturas mais elevadas dos últimos 45 anos.

Dados indicam que mais de 56 mil  famílias estejam em situação de insegurança alimentar em 2020, derivada da seca vivenciada em 2019, e, de acordo com o último inquérito nutricional efectuado nas províncias da Huíla e Cunene, a prevalência de desnutrição aguda nas crianças menores de cinco anos é de 13.6 por cento na Huíla e 12.9 por cento no Cunene.

Estima-se que três por cento dessas crianças na Huíla e 1.7 por cento no Cunene se encontram em risco de vida devido à desnutrição aguda severa.

 

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