“Transparência” encerra 67 cooperativas ilegais de diamantes

Camiões transportam congoleses repatriados voluntariamente na província da Lunda Norte FOTO: HENRI CELSO

Camiões transportam congoleses repatriados voluntariamente na província da Lunda Norte
FOTO: HENRI CELSO

 

 

 

 

 

 

 

 

 

16 Outubro de 2018 | 17h10 – Actualizado em 16 Outubro de 2018 | 17h10

O encerramento de 67 cooperativas de extracção ilegal de diamantes e a apreensão de mais de 26 mil unidades dessas pedras preciosas são os mais recentes resultados da Operação Transparência, levada a cabo pela Polícia Nacional, nas províncias da Lunda Norte, Lunda Sul, Cuando Cubango, Moxico, Malanje, Uíge e Bié.

A operação tem entre outros objectivos melhorar o controlo das autoridades angolanas sobre a imigração ilegal, exploração ilícita e o tráfico de diamantes.

Com essa medida, segundo o porta-voz da operação, comissário António Bernardo, espera-se que a comercialização de diamantes seja feita de forma sustentada e permita potenciar a balança financeira do país.

Ao falar em conferência de imprensa, sobre a operação que vai até ao ano de 2020, o oficial superior da Polícia Nacional (PN) afirmou ter sido já repatriados voluntariamente mais 260 congoleses democráticos que viviam ilegalmente nas zonas de exploração mineira.

O oficial superior prevê que a operação desmotive a continuidade e persistência de angolanos e estrangeiros que ilegalmente insistem na prospecção, exploração e comercialização ilícita de diamantes.

Segundo o comissário António Bernardo, que falava na cidade do Dundo, Lunda Norte, a PN e os órgãos conexos continuarão a repor a normalidade institucional.

Considerado o foco da exploração ilícita de diamantes no país, a província da Lunda Norte partilha com a República Democrática do Congo (RDC) 770 mil quilómetros de extensão, 120 das quais fluviais e tem sido o “epicentro” da exploração ilegal de diamantes no país.

PN nega mortes em consequência da operação

O comissário António Bernardo desmentiu informações postas a circular, segundo as quais a Operação Transparência tenha resultado em duas mortes.

De acordo com o porta-voz, foram registadas duas mortes, mas fora do quadro da operação.

Esclareceu que as referidas mortes ocorreram uma na Lunda Norte e outra na vizinha Lunda Sul, sendo uma vítima angolana e outra estrangeira.

Informou que a primeira ocorreu na região de Camissongo, na Lunda Norte, na sequência de um acidente de viação, em que esteve envolvida uma viatura alugada por 18 nacionais da RDC. Outros 17 congoleses democráticos receberam alta e foram repatriados.

A segunda morte foi resultado de um tumulto ocorrido no bairro de Candembe, na Lunda Sul, tendo vitimado um angolano.

Refugiados congoleses desmentem expulsões compulsivas

Os refugiados da República Democrática do Congo (RDC), concentrados no  Assentamento do município do Lóvua, na Lunda Norte, ressaltaram o apoio que beneficiam das autoridades angolanas.

No Lóvua há mais de um ano, os refugiados da RDC desmentem informações segundo as quais, o Governo angolano estaria a expulsar de forma compulsiva estes cidadãos do país vizinho.

Os deslocados que estão a abandonar o país de forma voluntária são igualmente congoleses, afirmou o comissário António Bernardo, tendo realçado que estão nessa condição apenas os que viviam em situação ilegal.

Tshimanga Constantin, representante da comunidade de refugiados congolesas (mais de 35 mil pessoas) confirmou que permanecem no referido centro, enquanto decorre a “Operação Transparência”, que visa combater a imigração ilegal e o tráfico ilícito de diamantes.

Emily Mafo, congolesa de 34 anos de idade, também faz a mesma apreciação. Mãe  de dois filhos, a única coisa que reclama é o acréscimo da sexta básica para variar a dieta  alimentar.

A  administradora do município de Lóvua, Domingas Zeferino Martins, afirmou que as eventuais rixas existentes estão associadas à violação ou usurpação, por parte dos refugiados, das lavras dos nacionais.

Tal conflito pode ser ultrapassado se houver maior colaboração do Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR) em divulgar acções de sensibilização sobre os direitos e deveres  dos refugiados.

 

 

 

 

 

 

 

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